No domingo, 9 de Setembro, pelas 16 horas, na Quinta
da Atalaia, situada perto da baía do Seixal, um
grupo de dez pára-quedistas saltou sobre a Festa
do Avante. Entre eles, e pela primeira vez, uma mulher
desceu dos céus sobre a festa dos comunistas portugueses.
Joana Santos, estudante de arte e design têxtil,
comemorou assim as bodas de prata da festa do órgão
central do Partido Comunista Português.
Joana começou a interessar-se pelo pára-quedismo
muito cedo. "Aos 12 anos ganhei um concurso de salto
em elástico (body jumping). Quando fiz 16 anos
os meus pais ofereceram-me um curso de pára-quedismo.
É que o meu pai também é pára-quedista,
talvez por isso é que o "vício"
vem de pequenina", conta esta jovem de 18 anos que,
já este mês, irá frequentar o curso
de Design Têxtil da UBI. Joana Santos faz parte
do grupo de oito raparigas que participam em competições
de pára-quedismo no nosso país. Para ela,
saltar sobre a (FA) " foi uma grande alegria e também
um motivo de orgulho porque era eu quem trazia a bandeira
da Juventude Comunista Portuguesa", salientou com
um brilhozinho nos olhos.
50 mil pessoas ouvem Beethoven
Na noite de 6ª feira, dia 7 de Setembro, o maestro
Miguel Graça Moura estava visivelmente emocionado.
E tinha razão para isso. Não é todos
os dias (melhor dizendo, noites) que a 9ª Sinfonia
de Beethoven é tocada para um auditório
de 50 mil pessoas. O relvado defronte do palco 25 de Abril
transformou-se num mar de gente. Famílias com crianças,
jovens, gente de todas as idades escutaram, na noite morna
e calma, a música calorosa, melancólica
e envolvente da Sinfonia nº 9 em ré menor,
op. 125 "Coral" de Ludwig van Beethoven, tocada
pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida pelo
maestro Miguel Graça Moura. Pessoas de diversas
origens sociais, sentiram o brilhantismo e fulgor da Ode
à Alegria final cantada pelo Coro do Teatro de
la Maestranza de Sevilla.
Bom ambiente e boa cerveja
Sentados
no bar da cidade da juventude, três amigos bebiam
cerveja. Rui Cruz é estudante e vem pela primeira
vez à (FA). Está a gostar, apesar de achar
exagerado o rigor da segurança no parque de campismo.
"Gosto do ambiente, do convívio e dos concertos.
Para o ano, se tiver dinheiro, vou voltar", afirma
este trabalhador-estudante de 18 anos. Ao seu lado, Diogo,
de 20 anos, tem uma opinião um pouco diferente,
"vim pela primeira vez em 1997 e acho que o ambiente
melhorou bastante no parque de campismo. Estou a gostar
de tudo, em especial dos concertos e da cerveja da cidade
da juventude". O terceiro amigo, João, é
também estudante e vive no Barreiro. Para ele vale
a pena vir à festa porque "há camaradagem,
as pessoas dão-se bem umas com as outras e esquecem-se
os problemas".
Não era difícil encontrar um programa que
agradasse à multidão de visitantes da (FA).
Desde o polidesportivo ao pavilhão da ciência,
onde se podia fazer uma viagem pelo sistema solar, até
ao teatro onde, entre outras companhias, o GIC - Teatro
das Beiras apresentou a "Escola de Maridos"
de Molière, passando pela Bienal de Artes Plásticas,
a oferta era múltipla e variada.
Quando, no domingo à noite, o espectáculo
de Jorge Palma encerrou a 25ª edição
da (FA) havia gente a cantar o refrão de uma canção
de Sérgio Godinho, também presente na festa,
"hoje soube-me a pouco".
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