Após a garantia dada pelo Governo de que não
iria faltar dinheiro para os salários nem para
o normal funcionamento das universidades, aconteceu o
que se temia. O governo voltou atrás com a palavra
dada e assegura agora às universidades portuguesas
apenas dinheiro para os aumentos salariais.
A decisão saída da reunião entre
CRUP e secretários de Estado do Ensino Superior
e do Orçamento desiludiu o presidente do CRUP,
Adriano Pimpão, que acusa o Governo de ter sido
um "parceiro desleal" no processo. Isto porque,
justificou em declarações ao jornal Público,
no final da última reunião, os reitores
receberam a "garantia política" do Governo
de que "o normal funcionamento das instituições
até ao final do ano seria viabilizado".
O secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro
Lourtie, rejeita no entanto a ideia de que tenha havido
qualquer quebra de compromisso por parte do seu ministério.
"A tutela sempre afirmou que os salários do
pessoal docente e não docente nunca poderiam estar
em causa e essa garantia foi confirmada", esclareceu
o secretário de Estado do Superior ao mesmo órgão
de comunicação. Ao todo são seis
milhões de contos que estão assegurados
para fazer face aos aumentos salariais de professores
e funcionários, das universidades e dos politécnicos.
"Qualquer situação de ruptura neste
aspecto será da nossa parte encarada", garantiu.
Os reitores das universidades portuguesas receiam por
possíveis situações de ruptura e
perda de qualidade na formação académica
e no funcionamento das instituições.
No total, as instituições do Ensino Superior
calculam que até ao final do ano terão um
défice na ordem dos três milhões de
contos, devido a um corte orçamental que é
superior ao de qualquer outra área da Administração
Pública.
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