Por Ana Maria Fonseca


Pedro Lourtie, secretário de Estado do Ensino Superior afirma não ter havido quebra de compromisso por parte do seu ministério

Após a garantia dada pelo Governo de que não iria faltar dinheiro para os salários nem para o normal funcionamento das universidades, aconteceu o que se temia. O governo voltou atrás com a palavra dada e assegura agora às universidades portuguesas apenas dinheiro para os aumentos salariais.
A decisão saída da reunião entre CRUP e secretários de Estado do Ensino Superior e do Orçamento desiludiu o presidente do CRUP, Adriano Pimpão, que acusa o Governo de ter sido um "parceiro desleal" no processo. Isto porque, justificou em declarações ao jornal Público, no final da última reunião, os reitores receberam a "garantia política" do Governo de que "o normal funcionamento das instituições até ao final do ano seria viabilizado".
O secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Lourtie, rejeita no entanto a ideia de que tenha havido qualquer quebra de compromisso por parte do seu ministério. "A tutela sempre afirmou que os salários do pessoal docente e não docente nunca poderiam estar em causa e essa garantia foi confirmada", esclareceu o secretário de Estado do Superior ao mesmo órgão de comunicação. Ao todo são seis milhões de contos que estão assegurados para fazer face aos aumentos salariais de professores e funcionários, das universidades e dos politécnicos. "Qualquer situação de ruptura neste aspecto será da nossa parte encarada", garantiu.
Os reitores das universidades portuguesas receiam por possíveis situações de ruptura e perda de qualidade na formação académica e no funcionamento das instituições.
No total, as instituições do Ensino Superior calculam que até ao final do ano terão um défice na ordem dos três milhões de contos, devido a um corte orçamental que é superior ao de qualquer outra área da Administração Pública.