Guarda
Presidente do Politécnico
"Escola de Saúde
tem planos para edifício de raiz"
O presidente do
Instituto Politécnico da Guarda (IPG) considera
positivo o balanço dos primeiros seis meses de
mandato. Em entrevista ao NC, Jorge Mendes não
esconde críticas ao Ministério da Educação
e garante que, em Setembro, o processo da Escola Superior
de Saúde terá novidades.
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NC/Urbi et
Orbi
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No entender de Jorge Mendes, a visibilidade e intervenção
do Politécnico está a crescer
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O presidente do Instituto Politécnico da Guarda
(IPG) considera positivo o balanço dos primeiros
seis meses de mandato. Em entrevista ao NC, Jorge Mendes
não esconde críticas ao Ministério
da Educação e garante que, em Setembro,
o processo da Escola Superior de Saúde terá
novidades
Notícias da Covilhã - Que balanço
faz do trabalho desenvolvido até agora como presidente
do Instituto Politécnico?
Jorge Mendes - Sinceramente, penso que o trabalho realizado
ao longo deste meio ano de mandato se pode considerar
muito positivo.
Voltou-se a trabalhar com normalidade, há vários
projectos que estão em andamento e existe uma clara
confiança no futuro desta instituição
de Ensino Superior.
NC - Quais os processos, iniciados com o seu antecessor,
de maior complexidade a que teve de dar um seguimento
mais rápido?
J. M. - O processo referente ao projecto da construção
da Escola Superior de Turismo e Telecomunicações
foi aquele a que tive que dedicar uma especial atenção,
visto que estava muito atrasado. Felizmente, foi possível
trabalhar rápido e bem e no próximo dia
14 de Setembro decorre a abertura das propostas para a
adjudicação da obra.
Para além disso, foi necessário trabalhar
no Plano de Desenvolvimento do IPG (2000-2006), que contempla
o projecto educativo e o programa de infraestruturas e
financiamento.
NC - Quais as principais linhas de acção
previstas nesse Plano?
J. M. - É um documento estruturante e muito longo,
elaborado tendo em atenção as muitas propostas
que foram enviadas por cada uma das unidades orgânicas
integradas no Instituto.
Em termos de projecto educativo, na Escola Superior de
Tecnologia e Gestão (ESTG) há uma aposta
nova na área da contabilidade (dois novos cursos)
e na gestão comercial. Mantém-se um claro
reforço das engenharias, gestão e área
de assessoria e direcção. Na Escola Superior
de Educação, por sua vez, é clara
a aposta nas pós-graduações (mestrados)
e no reforço dos cursos de comunicação
e de formação de professores.
Edificio da Escola Superior de Seia em 2003
NC - Qual o ponto de situação na criação
da Escola Superior de Saúde da Guarda (ESSG)?
J. M. - A minha posição sobre este caso
foi já amplamente divulgada, pelo que não
vou, de novo, tecer críticas a quem nada ajudou
para que a criação da Escola de Saúde
da Guarda fosse uma realidade em 2001/2002.
Posso dizer que, em reunião recente com os novos
responsáveis pelo Ministério da Educação,
o problema foi de novo abordado para que seja definitivamente
resolvido. Em Setembro irão ser tomadas várias
resoluções, no sentido do encaminhamento
do assunto e, podem ter a certeza, todos os responsáveis
políticos desta cidade vão ter conhecimento
para que agora tenham uma postura de empenhamento. Coisa
que não aconteceu no passado recente.
NC - O facto de a Escola Superior de Saúde de Castelo
Branco ter sido já criada implica alterações
na planificação dos cursos acordados entre
os dois politécnicos?
J. M. - Não. Esse trabalho está feito e
os cursos que se pretendem para a Guarda não são
coincidentes com os de Castelo Branco.
NC - Os cursos estão escolhidos?
J. M. - Pretende-se que os cursos que a ministrar sejam
os de Radiologia, Farmácia, Terapia da Fala e Análises
Clínicas e Saúde Pública.
NC - Que projectos existem em termos de estruturas físicas
para a futura ESSG? Vai ser construído um edifício
de raiz?
J. M. - Neste momento, a batalha é a aprovação
da passagem da Escola Superior de Enfermagem a Escola
Superior de Saúde.
Não nego, no entanto, que existem planos para uma
eventual construção de raiz das infraestruturas.
Apesar disso, penso que ainda é cedo para se falar
no assunto.
NC - Como está a Escola Superior de Turismo e Telecomunicações
em Seia?
J. M. - As obras de construção da Escola
vão iniciar-se em breve. Trata-se de um projecto
que ascende a 600 mil contos e cuja conclusão está
prevista para Maio de 2003.
Esperamos, ainda, obter a aprovação do curso
de Engenharia de Telecomunicações, que poderá
fazer subir rapidamente o número de alunos. Quanto
ao curso de Turismo, teve este ano lectivo uma enorme
procura, pelo que, em 2001-2002, teremos mais de 100 alunos
a frequentar esta nova Escola.
NC - A construção de uma sede para a Associação
de Estudantes era outro dos pontos do seu programa de
acção. Como está esse projecto?
J. M. - Posso adiantar, em primeira mão, que já
temos o terreno para a construção da sede
e que contamos iniciar a obra ainda este ano.
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"Aumento
do quadro de pessoal docente é uma necessidade"
NC -
O actual quadro docente responde às necessidades
do Instituto Politécnico?
J. M. - De forma alguma. A realidade do Politécnico,
hoje, nada tem a ver com aquela que existia aquando
da sua instalação.
É necessária a ampliação
dos quadros do pessoal docente, pois o número
de professores que completaram as suas provas académicas
cresceu exponencialmente.
NC - À semelhança da generalidade dos
politécnicos do País, o quadro de pessoal
não foi ainda aprovado. Que comentário
faz?
J. M. - Trata-se, efectivamente, de uma situação
insustentável. A pressão de todas as
instituições, incluindo a nossa, tem
sido efectiva e persistente.
Apesar disso, o Ministério da Educação
continua "surdo" a todas as solicitações
feitas. Temo que, qualquer dia, o pessoal não
docente que trabalha nos politécnicos venha
a tomar uma posição de força
para ver se os seus direitos são reconhecidos.
Da minha parte terão todo o apoio.
NC - As actuais estruturas relativas aos Serviços
Sociais do IPG respondem às necessidades?
J. M. - Em termos de Serviços Sociais estamos
claramente no "pelotão da frente".
Obviamente que é necessário melhorar
ainda muitos aspectos, mas penso que as actuais estruturas
respondem às necessidades dos estudantes.
Visibilidade e intervenção a crescer
NC - Conseguiu-se a pacificação no Instituto?
J. M. - Creio, sinceramente, que sim. É óbvio
que existem sempre problemas e que há várias
maneiras de pensar e sentir a instituição.
Também é verdade que há "feridas"
que demoram o seu tempo a "sarar". No entanto,
penso que se progrediu muito e que, hoje, existe um
clima de normalidade institucional.
NC - A cidade e a região estão conscientes,
na sua perspectiva, da importância do IPG?
J. M. - Por vezes tenho as minhas dúvidas.
Se alguns responsáveis máximos deste
distrito e da cidade são os primeiros a denegrir
a imagem do Instituto, terá que se compreender
que pessoas com um grau de responsabilidade menor
não entendam o enorme impacto económico
e social que temos na região.
Independentemente desta crítica, tenho que
reconhecer que a maioria das nossas empresas, câmaras
municipais, associações várias,
empresários e população em geral
têm consciência da importância do
Politécnico. Por outro lado, não tenho
qulaquer dúvida de que a nossa visibilidade
e intervenção, em termos regionais,
está a crescer
NC - O que pensa do facto de o Politécnico
não integrar o Centro de Estudos Ibéricos?
É um "esquecimento" por parte dos
promotores que pode ser ultrapassado?
J. M. - Já tive oportunidade de, publicamente,
manifestar o meu profundo desagrado pela forma inqualificável
como os promotores do Centro trataram a única
instituição pública de Ensino
Superior da cidade.
Mais. Se o IPG é um dos fundadores e membro
do Pólo Universitário Transfronteiriço,
de que fazem parte as universidades de Coimbra e Salamanca,
porque razão foi "esquecido"? Sobre
este assunto, também já afirmei, que
estamos à espera que os promotores nos convidem,
expressamente, para integrar esta importante estrutura.
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