Requalificação
das Penhas da Saúde
Moradores fazem abaixo-assinado
contra demolições
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NC/Urbi et Orbi
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Os proprietários das casas e
terrenos das Penhas da Saúde estão revoltados
e, ao mesmo tempo, expectantes. A possível demolição
das suas habitações, nas traseiras da Pousada
da Juventude, e transferência para uma zona mais
baixa, junto às piscinas, aí reconstruídas
com materiais mais nobres, é a causa do nervosismo.
Uma situação que se fez sentir no sábado,
18, na Assembleia Geral da Penhasol, a associação
dos moradores e donos daquelas estruturas.
Depois de cerca de duas horas e meia de reunião
à porta fechada, no Clube Desportivo da Mata, a
única conclusão conhecida pela comunicação
social é a elaboração de um abaixo-assinado
e de uma moção a serem entregues na Câmara
Municipal da Covilhã. No documento deverá
ler-se a contestação daqueles proprietários
a um dos retratos possíveis, contemplados no Plano
de Requalificação Urbanística e Paisagística
daquela que é considerada, pelo Governo, como "área
crítica de intervenção". Dois
cenários estão em discussão. De um
lado, a demolição das cerca de 300 "barracas
de zinco" existentes e a criação de
casas adequadas noutro local. De outro, mantê-las
na encosta onde se encontram, requalificá-las e
reconverter a zona com arruamentos, muros e fornecimento
de água, electricidade e esgotos. Duas opções
impostas pelo Plano encomendado pela autarquia covilhanense
a um grupo de trabalho liderado pelo engenheiro Caldeira
Cabral, que está em exposição desde
o início do mês, nas Penhas.
É, precisamente, a primeira hipótese que
os associados da Penhasol negam "com unhas e dentes".
"Ninguém gosta de ver mal tratado o que é
seu, feito com tanta dedicação e esforço",
afirma Manuel Cameiro, presidente da associação,
em declarações à Rádio Clube
da Covilhã. São cerca de mil pessoas, "com
muitos custos e baixos recursos", abrangidas por
uma situação que, segundo aquele responsável,
querem mostrar o que pretendem "com dignidade e bom
senso".
Indemnizações baixas
Sob o lema "demolição não",
os proprietários e moradores das Penhas ainda conseguem
vislumbrar um futuro risonho para os seus lares. A possibilidade
de revitalizar o aspecto exterior é tida em linha
de conta. Cameiro revela que estão dispostos a
fazê-lo, apenas esperam alguém que lhes diga
o tipo de material que devem utilizar para substituir
o zinco.
A ideia nasce do baixo nível das indemnizações
que a Câmara da Covilhã promete para reconfortar
os perdadores. "A quantia que se ouve falar é
pouco dinheiro para o que está investido",
diz o presidente da Penhasol. E acrescenta: "Os terrenos
estão conforme a lei, as casas não estão
à venda e há muita gente que não
tem possibilidade de construir noutro local, mesmo sendo
indemnizadas".
Resta, agora, esperar a posição da edilidade
e ver em que "pé" fica o Plano das Penhas
da Saúde, orçado em mais de dois milhões
de contos. Contudo, Carlos Pinto, presidente da Câmara,
já deixou claro que a "solução
aparentemente mais viável" é a reposição
de todos os fogos, dado que a alteração,
apenas, de algumas "será uma recuperação
sempre imperfeita". No entanto, o autarca adverte,
também, que "não aceitamos demolições
cegas" e que "ninguém perderá
direitos". Uma posição que pode ser
uma "faca de dois gumes", já que "a
Câmara não tem recursos para isso, mas espera
que o Governo ajude".
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