Em cima: Hélder, Chinai e Hélder Morais. Em baixo: Toninho, Caronho, Acácio e Mirandela. Sete cara novas para a manutenção
Teixosense apresenta plantel e objectivos
Operação permanência

O Desportivo Teixosense aventura-se, 20 anos depois, no Nacional da III Divisão. O objectivo é modesto mas nem a equipa técnica nem a direcção fazem questão de o esconder: "conseguir a manutenção seria extraordinário".

Por Alexandre Silva
NC/Urbi et Orbi


Assegurar a permanência, "o mais cedo possível", é a principal meta dos "verde-negros" na campanha que se avizinha. Mas a tarefa, reconhecem os responsáveis, "não vai ser fácil". "Somos apenas amadores", refere João Fortuna, director do Departamento de Futebol do clube. "Quase todas as outras equipas são profissionais e semi-profissionais. Por isso temos consciência que nos espera uma etapa difícil". Tó Real, treinador, partilha da opinião do director, mas acredita no valor e nas qualidades do plantel que formou. Por isso, está confiante numa boa época, até porque, lembra, "o futebol é feito de muitas surpresas, e esta equipa pode ser uma delas". Alem disso, continua, "continuamos a ser as mesmas pessoas. Vamos ter o mesmo carácter e temos a certeza que a massa associativa vai estar connosco nos bons e nos maus momentos". De qualquer modo, o escalão nacional não é estranho a todos os elementos do plantel uma vez que, quer Xinai (ex-Mileu), quer Caronho (ex-Penamacorense), dois dos mais mediáticos reforços do Teixoso, já têm alguma experiência em épocas anteriores.

Orçamento de 20 mil contos

No que respeita às condições de trabalho, Tó Real acredita estar em igualdade de circunstâncias com os restantes clubes. O único lamento do técnico/jogador prende-se com a actual situação do estádio Maia Campos, uma vez que a direcção não vai poder fazer as obras que estava a pensar em virtude de desentendimentos com o proprietário do terreno. "É uma questão na qual o clube e a Câmara da Covilhã estão empenhados em resolver, mas que encontra muita resistência por parte da senhoria que, de cada vez que encontramos uma solução, arranja um novo problema", desabafa João Fortuna. O dirigente acredita, no entanto, que as condições mínimas "estão asseguradas" e pede a compreensão dos atletas e dos sócios.
Outro revés com que o clube se deparou é o facto de, ao contrário do previsto, a equipa integrar a Série D em vez da Série C que, usualmente acolhe os clubes a norte do concelho. O grupo, onde já jogam os "distritais" Sertanense e Vitória de Sernache, obriga os teixosenses a viagens mais longas e, portanto, a um maior desgaste. Uma desvantagem que acarreta mais encargos financeiros para o clube e que vai inflaccionar o orçamento, originalmente previsto de cerca de 20 mil contos.
Tó Real não esconde a sua preferência pela Série C, mas nem por isso deixa de acreditar num bom desempenho da sua equipa: "vamos à procura de novos caminhos e novos rumos porque este clube merece e porque estes atletas precisam de algo mais do que o distrital".