O
Verão, sabemo-lo, não é
pródigo nas salas de cinema. A oferta
é menor (e provavelmente a procura
também, se bem que eu cá gosto
de ver cinema o ano todo...) e portanto
a escolha é limitada. O filme desta
semana poderia ser exibido na Covilhã,
vamos ver. Este Verão é que
já não me parece que seja.
Mas, falando verdadeiramente do que interessa
(o filme), gostaria de poder afirmar que
estamos perante uma obra-prima, mas não
posso, pois não estamos.
Gostaria de poder dizer que este filme eleva
a arte cinematográfica a um novo
nível, mas não digo, por não
poder.
Posso, isso sim, felicitá-lo pela
sua competência em conceder ao espectador
uma estória inteligente e comovente
(binómio nem sempre fácil)
a partir de um tema caro a qualquer pessoa
que tente viver numa grande cidade, uma
paleta de cores muito interessante (que
me desculpe, quem não se interessar
por pormenores técnicos) e um conjunto
de actores bem dirigidos, com interpretações
convincentes e sinceras, sobretudo no caso
da actriz principal Kerry Fox (muito forte)
e do secundário Timothy Spall (muito
seguro). As cenas de sexo semi-visível
e o teor explícito do filme devem
ter feito levantar algumas vozes mais conservadoras,
mas é caso para não ligar,
até porque o que é mostrado
necessita de o ser.
A ver.
por
pedro homero
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