Cerca de 30 participantes coliraram com os seus parapentes os céus da Covilhã na primeira edição do Open da modalidde

I Open Parapente da Covilhã
Mau tempo não estragou festa

Com um orçamento muito reduzido em relação ao previsto, o I Open de Parapente da Covilhã saldou-se pela positiva. A prova trouxe 30 atletas à cidade e já contou para o ranking nacional.

Por Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi


Eduardo Lagoa foi o grande vencedor da primeira edição do Open de Parapente da Covilhã. O actual primeiro classificado no ranking nacional da modalidade não deixou os seus créditos por mãos alheias e cumpriu o percurso estabelecido com o maior número de pontos na categoria principal. Na segunda posição classificou-se Gil Navalho, um piloto que nos últimos tempos se tem vindo a afirmar dentro da modalidade e, no terceiro lugar, o portuense Pedro Moreira. Na prova de Iniciados, o guardense Paulo Coelho conquistou o primeiro posto, seguido de Norberto Pinto e de Sílvia Ventura, na segunda e terceira posição, respectivamente.
No total dos dois escalões, a prova contou com cerca de 30 participantes que, apesar das diferenças de categoria, acabaram por fazer o mesmo percurso. As mangas, justifica Paulo Silva, idealizador do Open e responsável máximo pela organização, "disputaram-se nos vales da Covilhã e de Unhais, que não oferecem grande perigo". Inicialmente, a ideia era estender o percurso a localidades como Manteigas, Verdelhos ou Louriga, mas as condições atmosféricas não o permitiram.

Orçamento reduzido limita projecto
Nem tudo correu bem na primeira edição do Open de Parapente da Covilhã. A prova, que contou para o ranking nacional da modalidade, decorreu entre quinta-feira, 5, e domingo, 8, e a organização debateu-se com alguns imprevistos, essencialmente de ordem climatérica. Nos dois primeiros dias o vento fustigou as encostas da Serra da Estrela durante os lançamentos e nuvens negras encheram o céu e ameaçaram com chuva. Factores que levaram a que apenas a última de três mangas previstas tenha, efectivamente chegado ao fim.
No entanto, o saldo final, considera Paulo Silva, "é extremamente positivo. Os participantes gostaram, a coordenação correu bem e conseguimos provar que também deste lado da Serra, e não só em Linhares da Beira, existem óptimas condições para a prática do Parapente". Quanto à possibilidade de uma segunda edição do Open, o parapentista é peremptório: "Tudo depende dos patrocínios que conseguirmos angariar. Encontrar apoios para esta prova foi muito complicado porque as pessoas mostram-se bastante relutantes em apostar nesta modalidade".
Com um projecto inicial de três mil contos, que incluía actividades paralelas, entre as quais exibições de balonismo, a organização não conseguiu ir além dos 630 contos. Uma verba que não chega para fazer a divulgação necessária que "arrastaria" a imprensa da especialidade e as televisões nacionais. Turistrela, INATEL, Junta de Unhais da Serra, Kreamus e Associação Empresarial da Covilhã, foram as entidades que mais contribuíram para o orçamento final que, mesmo assim, ficou muito aquém do previsto. "Faltaram-nos apoios essenciais da Câmara da Covilhã e da Região de Turismo da Serra da Estrela", queixa-se Paulo Silva. Mas, conclui, "estou esperançado que no próximo ano, surjam apoios que nos permitam organizar um segundo open, não de quatro dias, mas de uma semana. O que precisamos é de mais apoio das instituições da cidade".