Eduardo Lagoa foi o grande vencedor da primeira edição
do Open de Parapente da Covilhã. O actual primeiro
classificado no ranking nacional da modalidade não
deixou os seus créditos por mãos alheias
e cumpriu o percurso estabelecido com o maior número
de pontos na categoria principal. Na segunda posição
classificou-se Gil Navalho, um piloto que nos últimos
tempos se tem vindo a afirmar dentro da modalidade e,
no terceiro lugar, o portuense Pedro Moreira. Na prova
de Iniciados, o guardense Paulo Coelho conquistou o primeiro
posto, seguido de Norberto Pinto e de Sílvia Ventura,
na segunda e terceira posição, respectivamente.
No total dos dois escalões, a prova contou com
cerca de 30 participantes que, apesar das diferenças
de categoria, acabaram por fazer o mesmo percurso. As
mangas, justifica Paulo Silva, idealizador do Open e responsável
máximo pela organização, "disputaram-se
nos vales da Covilhã e de Unhais, que não
oferecem grande perigo". Inicialmente, a ideia era
estender o percurso a localidades como Manteigas, Verdelhos
ou Louriga, mas as condições atmosféricas
não o permitiram.
Orçamento reduzido limita projecto
Nem tudo correu bem na primeira edição do
Open de Parapente da Covilhã. A prova, que contou
para o ranking nacional da modalidade, decorreu entre
quinta-feira, 5, e domingo, 8, e a organização
debateu-se com alguns imprevistos, essencialmente de ordem
climatérica. Nos dois primeiros dias o vento fustigou
as encostas da Serra da Estrela durante os lançamentos
e nuvens negras encheram o céu e ameaçaram
com chuva. Factores que levaram a que apenas a última
de três mangas previstas tenha, efectivamente chegado
ao fim.
No entanto, o saldo final, considera Paulo Silva, "é
extremamente positivo. Os participantes gostaram, a coordenação
correu bem e conseguimos provar que também deste
lado da Serra, e não só em Linhares da Beira,
existem óptimas condições para a
prática do Parapente". Quanto à possibilidade
de uma segunda edição do Open, o parapentista
é peremptório: "Tudo depende dos patrocínios
que conseguirmos angariar. Encontrar apoios para esta
prova foi muito complicado porque as pessoas mostram-se
bastante relutantes em apostar nesta modalidade".
Com um projecto inicial de três mil contos, que
incluía actividades paralelas, entre as quais exibições
de balonismo, a organização não conseguiu
ir além dos 630 contos. Uma verba que não
chega para fazer a divulgação necessária
que "arrastaria" a imprensa da especialidade
e as televisões nacionais. Turistrela, INATEL,
Junta de Unhais da Serra, Kreamus e Associação
Empresarial da Covilhã, foram as entidades que
mais contribuíram para o orçamento final
que, mesmo assim, ficou muito aquém do previsto.
"Faltaram-nos apoios essenciais da Câmara da
Covilhã e da Região de Turismo da Serra
da Estrela", queixa-se Paulo Silva. Mas, conclui,
"estou esperançado que no próximo ano,
surjam apoios que nos permitam organizar um segundo open,
não de quatro dias, mas de uma semana. O que precisamos
é de mais apoio das instituições
da cidade".
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