A iniciativa do Conservatório Regional de Música
da Covilhã saldou-se muito positiva. Muito público
assistiu, ao longo da semana, aos concertos do I Festival
Juventude Jazz.
Na última noite, quinta feira, os formadores do
2º Workshop de Jazz proporcionaram à plateia,
que superou a capacidade da Sala Estúdio do Teatro
das Beiras, um concerto de grande mestria interpretativa
dos seis músicos. Alexandre Frazão, na bateria,
João Paulo Silva, ao piano, Yuri Daniel, no contrabaixo,
André Fernandes, na guitarra, Tomás Pimentel,
no trompete e Mário Santos, no saxofone, interpretaram
obras da sua autoria e de grandes mestres como John Coltrane.
Paulo Dias, professor do Conservatório e organizador
do evento, faz um balanço positivo do festival,
da participação e reacções
do público, onde participaram alguns dos "melhores
músicos de Jazz portugueses".
Com o apoio, entre outros, do Ministério da Cultura
e do Instituto Português das Artes e do Espectáculo,
a organização prepara a edição
discográfica dos concertos realizados que deverá
sair em Novembro. "Estão envolvidos muitos
meios, sobretudo no que diz respeito à captação
do som", explica Paulo Dias.
Yuri Daniel, natural do Recife (Brasil), acredita que
estas iniciativas na região podem ter futuro. "Há
aqui muito público e muitos músicos",
confessa. "Acho que é mais importante tocar
fora de Lisboa. Moramos lá, quem quer ter aulas
particulares basta telefonar. É importante porque
tentamos mover a pessoas que estão interessadas
neste tipo de música e movê-las para um sítio,
seja ele a Covilhã, ou outro local no Interior",
continua.
Para próximos anos, Yuri Daniel não afasta
a possibilidade de desenvolver outras experiências.
Quiabo vence 1º Festival Juventude Jazz
Yuri Daniel falou ao Urbi et Orbi sobre a participação
no workshop e da qualidade das bandas a concurso no Festival.
"Julgo que conseguimos mostrar aos vários
grupos [do workshop] o que é que é tocar
Jazz e acho que foi positivo". No final da noite
de quinta feira foi a vze dos formadores darem provas
das aulas e dos ensinamentos transmitidos durante a formação.
Cerca de 40 pessoas participaram no workshop que teve
lugar ao longo da semana, entre 2 e 5 de Julho, nas instalações
da escola. As aulas foram organizadas em três partes:
teórica, em que funcionaram três turmas de
níveis de conhecimentos diferentes; aulas de instrumento,
orientadas por cada um dos músicos formadores,
e as aulas de combos, em que todos os formandos ensaiaram
interpretações conjuntas.
Paulo Dias revelou-se muito satisfeito com a participação
e com a forma como decorreu o workshop. "Veio gente
de todo o País. Da Covilhã eram só
seis ou sete alunos", refere.
O Festival Juventude Jazz recebeu, ao longo de um mês
e meio, inscrições de várias bandas
provenientes de várias zonas do País. A
primeira formação a ser apreciada pelo Júri
foi mesmo a que mais impressionou o júri e que
acabou por vencer o concurso. Os "Quiabo", grupo
composto por Rui Teixeira (saxofone alto), Serafim Lopes
(guitarra), Hugo Raro (piano), Filipe Teixeira (contrabaixo),
João Cunha (bateria) e Pedro Oliveira (percussão),
foram distinguidos com o Prémio Especial de Revelação,
no valor de 300 mil escudos. As restantes bandas seleccionadas
recebem um prémio de participação
de 150 contos, financiados pela Câmara Municipal
da Covilhã. No panorama nacional, defende Yuri
Daniel, a qualidade das bandas de Jazz tem crescido e
procura uma definição pessoal para o seu
estilo. "Há uma geração [em
Portugal] já completamente afirmada", acredita
Paulo Dias, que defende esta iniciativa como uma forma
de divulgar projectos ainda escondidos.
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