O resultado preliminar do estudo de Avaliação
Global do Impacto do Regadio (AGIR), que envolve o Instituto
de Hidráulica, Engenharia Rural e Ambiente (IHERA),
a UBI e a Direcção Regional da Agricultura
da Beira Interior (DRABI), foi apresentado na terça
feira, 26, e constitui um importante elemento para conhecer
a agricultura da região dos 14 mil e 200 hectares,
num total de 25 freguesias, que vão ser beneficiados.
Este estudo esteve a cargo de uma equipa técnica
composta por docentes da UBI dos Departamentos de Gestão
e Economia e Engenharia Civil. Mário Raposo, director
do projecto AGIR, explicou os procedimentos que levaram
a uma caracterização exaustiva das cerca
de 500 explorações agrícolas afectadas.
O estudo, ainda preliminar (o resultado final deverá
ser conhecido em Setembro), serve não só
para localizar geograficamente os terrenos, mas também
para avaliar economicamente a produtividade e desenhar
o potencial futuro da agricultura da região. Também
o LAB/SIG - Laboratório de Sistemas de Informação
Geográficos colaborou na elaboração
da cartografia da Cova da Beira. Vítor Cavaleiro,
docente do Departamento de Civil da UBI, apresentou a
localização das diversas infra-estruturas
do regadio.
O objectivo deste estudo, explica Mário Raposo,
é "tentar identificar dentro do projecto de
rega da Cova da Beira os pontos fortes, pontos fracos,
oportunidades, ameaças e encontrar o aspectos mais
positivos para serem valorizados e potencializados nas
opções de políticas futuras".
O responsável pelo estudo defende que as debilidades
detectadas devem ser superadas para que o regadio resulte
efectivamente, tornando-se "um motor de desenvolvimento
desta região e que irá contribuir para fixar
as populações nesta região interior
e eventualmente fazer voltar à terra alguns que
a abandonaram por falta de expectativas", defende.
"Não há razões para atrasos"
Na apresentação dos resultados dos Estudo
Preliminar de Impacto do Regadio da Cova da Beira esteve
presente o vice presidente do Instituto de Hidráulica,
Engenharia Rural e Ambiente, João Afonso, também
em representação do Ministério da
Agricultura.
O Projecto Hidroagrícola da Cova da Beira (PHCB)
tem já 30 anos de estudos. Iniciou-se em 1970 e
entretanto todos os projectos tiveram que ser revistos
por falta de estudos de impacte ambiental.
Agora 2006, altura em que termina o III QCA, é
apontada como a data para a finalização
do regadio. O responsável do IHERA acredita que
"não há razões para haver atrasos"
e que as obras vão ser retomadas dentro de dois
meses. A primeira fase, respeitante às construções
no Bloco da Meimoa, está concluída. Falta
apenas o edifício sede da Associação
de Regados da Cova da Beira, o túnel , com quatro
mil 105 metros de comprimento que completa o sistema hidráulico
entre a Barragem do Sabugal e a Barragem da Meimoa, cujo
concurso para a obra já foi lançado, e por
último a rede de rega do Bloco do Sabugal. Na segunda
fase, o projecto da rega para o Bloco Caria e Belmonte
já está pronto. Decorre agora o concurso
público internacional para estas obras, cujo resultado,
adiantou o responsável do IHERA, deverá
ser conhecido até ao final do ano. A terceira fase,
relativa ao Fundão, abrangendo cerca de sete mil
hectares, só deverá estar concluída
em 2006.
Para Rui Moreira, director geral da DRABI, a região
da Cova da Beira tem elevado potencial, sendo "o
mais visível o número de habitantes do território".
"Hoje a água é uma área prioritária
de investimento", portanto faz todo o sentido que
seja feito "o maior investimento dos próximos
anos" na região.
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