Lavrador
responde ao presidente da Câmara
"Pinto esgrime contra
moinhos de vento"
José Carlos
Lavrador reage às declarações de
Carlos Pinto. O deputado acusa o autarca de ser "injusto"
com o Governo e de não "ter mão"
no urbanismo da cidade.
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Por Alexandre
S. Silva
NC/Urbi et Orbi
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Carlos Lavrador critica Pinto e acusa-o de não
reconhecer o "empenho" do Governo Socialista
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"Carlos Pinto pretende
tapar o Sol com a peneira". Assim se referiu José
Carlos Lavrador, candidato do PS nas Autárquicas
de Dezembro próximo, às declarações
do actual presidente da Câmara, proferidas no sábado,
9, durante o jantar de homenagem ao edil, promovido por
algumas associações do concelho (ver
edição nº71).
Na altura, o autarca lançou várias críticas
ao Governo, que acusou de "discriminação"
para com o Interior em geral e para com a Covilhã
em particular. Lavrador responde agora e acusa o social-democrata
de ter memória curta. Para contrariar Pinto, o candidato
do partido "rosa" aponta, entre outros, o Hospital
da Cova da Beira, a Faculdade de Ciências da Saúde,
o IP2, a recuperação da ferrovia e o Programa
Polis como exemplos do "empenho" do Governo Socialista
em minorar os problemas relativos à interioridade.
"Os factos falam por si e só Carlos Pinto não
quer ver", afirma.
Em conferência de imprensa realizada na sede do PS
na segunda-feira, 18, Lavrador referiu-se ainda à
posição assumida pelo actual autarca em relação
às mais próximas capitais de distrito. No
mesmo jantar em que anunciou a sua candidatura, Pinto afirmou
que o sistema de divisão por distritos é obsoleto
e injusto e não reflecte a realidade do desenvolvimento
das cidades. Na opinião do socialista, "a competição
entre a Covilhã, Castelo Branco e Guarda é
saudável, mas não é preciso acotovelar
os vizinhos nem criar guerras artificiais e bairrismos ultrapassados".
O que parece, diz, "é que o presidente está
a esgrimir contra moínhos de vento e a levantar fantasmas
que não existem" porque, acrescenta, "as
cidades elevam-se, não pelo título que ostentam,
mas pelas acções que desenvolvem".
"Interesses obscuros" no urbanismo
Mas nem tudo são críticas no discurso de
Lavrador. O socilista enaltece os projectos de requalificação
das zonas da cidade abrangidas pelo Programa Polis, especialmente
no que diz respeito à recuperação
das ribeiras da Goldra e da Carpinteira. O candidato "rosa"
à Câmara só lamenta que o projecto
não tenha sido alargado a outras localidades adjacentes
à cidade, como Cantar Galo. Uma freguesia, sublinha,
"que continua a receber muito poucos apoios porque
o seu presidente é socialista".
Ainda a respeito do urbanismo, Lavrador afirma que "a
cidade está a perder o seu carácter de montanha,
para se tornar igual a qualquer outra". Isto porque,
acredita, "a construção não
está a ser regulada como deveria o que leva a que
se assista, neste momento, a verdadeiros atentados ao
urbanismo". O deputado diz existirem "interesses
obscuros" no processo de urbanização
e aponta como exemplos a "construção
caótica" na zona baixa da cidade, a não
demolição da torre de Santo António
e o modelo "aberrante" de habitação
social implementado no Teixoso. "Um conjunto de caixotes
que ferem a dignidade humana, situados numa zona húmida,
insalubre e sombria" defende.
Lavrador acredita que o seu Partido "teria feito
as coisas de modo diferente" e aconselha os responsáveis
camarários a seguirem o exemplo do trabalho de
Joaquim Morão enquanto presidente de Idanha-a-Nova.
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Programa
Eleitoral
Lavrador aposta em "bolsas de terrenos"
Numa
conferência orientada para o tema do urbanismo,
José Carlos Lavrador adiantou aquelas que vão
ser algumas apostas para o programa eleitoral. A habitação
social está no centro das preocupaçoes
do socialista que avança com uma proposta de
"bolsas de terrenos". Um sistema segundo
o qual, a autarquia adquire terrenos a entidades privadas
para urbanizar e dotar de infra-estruturas. Os responsáveis
"rosa" acreditam que este sistema pode funcionar
como um incentivo à ordenação
urbanística, mas têm consciência
de que "será muito difícil de concretizar".
Outra das propostas do deputado é a construção
de um Centro de Estágio de Altitude. Uma estrutura
a articular com o futuro Complexo Desportivo da Covilhã
e com A Universidadeda Beira Interior, mas que ainda
está em fase de "idealização".
Quanto a potenciais candidatos a figuar na lista concorrente
à autarquia, Lavrador não abre o jogo.
Depois de terem sido apontados, durante as últimas
semanas, vários nomes, inclusivé o de
Miguel Nascimento para número dois da candidatura,
o socialista diz que as coisas já estão
definidas na sua cabeça e que só serão
anunciadas em "tempo oportuno".
No que diz respeito à Assembleia Municipal,
e posta de parte a possibilidadede José Sócrates
liderar a lista, o nome de Luís Patrão
volta estar no centro das atenções,
apesar de o deputado já ter manifestado indisponibilidade
para ocupar o cargo.
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