O Concelho de Reitores das Universidades Portuguesas
(CRUP) esteve reunido durante a tarde de terça
feira, 12, na Reitoria da UBI. Em discussão estive
o diploma de criação e extinção
de cursos que o Governo quer ver aplicado. Para Adriano
Pimpão, presidente do CRUP e reitor da Universidade
do Algarve, este diploma apresenta mais reservas às
universidades e parece colidir com a Lei da Autonomia
das Universidades. Para os reitores este diploma é
um reflexo de uma excessiva tentativa de igualizar as
condições de funcionamento do sector público
e do sector privado, o que no entender dos reitores contraria
as próprias obrigações do Estado
em relação ao ensino público. A complexidade
da aplicação deste diploma levanta ainda
a questão da necessidade de criação
de uma entidade reguladora do mercado da educação.
Situação que, para Adriano Pimpão,
vem complicar ainda mais o sistema quando já existe
um processo de avaliação do Ensino Superior
em curso.
Tutela pede parecer aos reitores
O Ministério da Educação requereu
um parecer ao CRUP sobre este diploma, que já foi
enviado para a tutela. O CRUP já manifestou as
suas preocupações em reunião realizada
com José Reis, secretário de Estado do Ensino
Superior. Para o presidente do CRUP o referido disposto
é demasiadamente burocratizado e pode incorrer
negativamente sobre o não funcionamento do sistema.
Para além disto foi discutida a questão
do financiamento das universidades, um problema aparentemente
ultrapassado. Segundo afirmações de Adriano
Pimpão, António Guterres terá dado
já instruções para que os pagamentos
em atraso, referentes aos aumentos salariais, fossem efectuados.
O problema agora levantado será a falta de articulação
entre os Ministérios da Educação
e Finanças, que não deram ainda andamento
ao processo. Esta preocupação foi já
transmitida ao ME por telefone, os reitores aguardam agora
a sua resolução. Adriano Pimpão afirma
não há falta de decisão política,
há sim um problema em dar sequência a essa
decisão.
Outra questão que deverá fazer parte da
agenda nas próximas reuniões é a
aplicação da Declaração de
Bolonha, assinada em Junho de 99 pelos ministros da Educação
de 29 países europeus. Este acordo visa a criação
de maior cooperabilidade de graus académicos entre
os países europeus abrindo novas perspectivas para
o ensino superior, nomeadamente através da convergência
de qualificações. Depois das reuniões
de Salamanca e Praga, os reitores das universidades portuguesas
pretendem ver definidas as formas de acção
comum com a ajuda do Ministério.
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