Um concerto a não perder no próximo sábado às 22 horas no Teatro-Cine da Covilhã
Rodrigo leão ao vivo no Teatro-Cine, sábado, 23
A música como uma brisa

O que promete este concerto? Apresentado "Alma Mater" em Dezembro no Centro Cultural de Belém, chega a vez do Teatro-Cine da Covilhã assistir a um concerto que, certamente, ficará entre os mais memoráveis. Sábado, 23.

Por Raquel Fragata


É com "Alma Mater" no alinhamento que Rodrigo Leão pisa pela primeira vez a solo um palco da Covilhã. Mesmo a marcar a entrada do Verão, sempre quente nas terras da beira, sabe bem uma brisa, entre o quente e o frio. As expectativas em relação a um concerto como este só podem ser elevadas, dado o título de genialidade que a crítica concede repetidamente ao fundador de dois dos mais respeitáveis projectos musicais portugueses: os Sétima Legião e os Madredeus. A trabalhar a solo já desde 1993, quando ainda integrava os Madredeus, da sua discografia já fazem parte cinco aclamados registos. Primeiro foi "Ave Mundi Luminar", a estreia, depois o EP "Mysterium", seguiu-se "Theatrum", mais tarde, com Gabriel Gomes e Francisco Ribeiro - Os Poetas, "Entre nós e as palavras", e agora um novo passo na música portuguesa contemporânea de influências clássicas.
Misturando cordas, pianos e guitarras eléctricas, o autor consegue criar um ambiente que passa pela bossa e pelo tango à composição clássica. A isto, Rodrigo Leão associa vozes de várias origens. Do canto lírico, às vocalizações em latim, e agora resgatando influências mais quentes, vindas do Brasil na voz de Adriana Calcanhoto. Assim se traça o percurso sólido e persistente de quem anda na música para criar e misturar o erudito e a pop, o conhecimento clássico e as influências contemporâneas.
Para este concerto Rodrigo Leão conta com a presença de dois "filhos" da terra: Margarida Araújo, professora da Escola Profissional de Artes da Beira Interior, na viola e Nelson Ferreira, antigo aluno da mesma instituição. Margarida Araújo já colabora com o autor e compositor desde "Theatrum", nomeadamente nos arranjos do disco.
Bem faz o Cineclube da Beira Interior, programador dos espectáculos do Teatro-Cine, em apostar em nomes portugueses desta qualidade.