O Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) vai receber,
até ao final deste ano, seis mil e 900 contos para
apoio de estruturas de vigilância e combate aos
fogos. O financiamento resulta do protocolo estabelecido
entre a Comissão Nacional Especializada de Fogos
Florestais (CNEFF) e o Instituto de Conservação
da Natureza (ICN) assinado pelos representantes dos dois
organismos na quinta-feira, 31 de Maio, em Manteigas.
No mesmo dia em que se comemoravam os 25 anos da instituição
do Parque serrano e às portas de mais uma época
de fogos, Carlos Zorrinho, secretário de Estado
Adjunto da Administração Interna, anunciou
que os valores canalizados para a prevenção
de incêndios, este ano, vão ser de oito milhões
de contos. Ou seja, a mesma quantia gasta em 2000 na luta
às chamas.
Juntamente com o PNSE, mais 11 reservas naturais do País,
no qual se inclui o Parque Natural da Serra da Malcata
com quatro mil e oitocentos contos, vão beneficiar
do "Programa de apoio a infra-estruturas florestais,
vigilância móvel e vigilantes florestais
em áreas protegidas". O valor total disponibilizado
(88 mil e 500 contos) representa a articulação
de políticas entre os ministérios da Administração
Interna e do Ambiente e Ordenamento do território.
Pedro Silva Pereira, secretário de Estado do Ordenamento
do Território e da Conservação da
Natureza, salienta que "graças a esta conjugação
de esforços, mais de 400 guardas vão dedicar-se
em exclusivo a várias áreas protegidas do
País, na importante missão de assegurar
o respeito pelos valores ambientais e cumprimento da legislação
em relação ao ambiente", explica.
Prevenção com mais dinheiro
Zorrinho, a este propósito, anuncia que a prevenção
vai custar o mesmo que o combate. Segundo o responsável,
"está a haver, desde o inicio do ano, a preocupação
de limpar as matas e agora vai começar a vigilância".
Prevenir é a palavra de ordem e o secretário
de Estado, para reforçar esta ideia, lembra que,
apesar de no ano anterior ter crescido o número
de fogos, esse aumento não acompanhou o valor da
área ardida. "O que esta realidade deixa perceber
é que com meios de prevenção no terreno
é possível, cumprir os nossos objectivos",
sublinha.
Um aspecto que não pode ser esquecido é
a sensibilização das populações.
"É importante que passe a mensagem de que
o Inverno chuvoso fez crescer os matos e, por isso, há
muito material para arder. As pessoas têm de ter
cuidado com situações como os foguetes das
festas, com as queimadas e tentarem ser menos negligentes
noutros casos", avisa o governante.
A participação dos habitantes PNSE na prevenção
tem tido um papel activo na conservação
do património natural. À semelhança
de outras, o Parque estabeleceu parcerias com a Junta
de Ferrão Joanes e Associação de
Amigos da Teixeira. O objectivo é intervir de modo
a que sejam mantidos os habitates importantes como carvalhais,
azinhais ou outros. A acções já decorrem
e consistem na limpeza de matos, desrama, prevenção
e vigilância das zonas florestais do parque. Para
Fernando Matos, director do PNSE, "é importante
envolver as pessoas que vivem no Parque porque são
elas que, melhor do que ninguém, estão por
dentro das situações e podem dar o alerta
mal comecem os incêndios".
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