Museu de Lanifícios inaugura
duas exposições
Mostra de pinturas e
esculturas têxteis
Por Cristina Marques
O Museu de Lanifícios
da Covilhã exibe mais duas exposições:
uma de pintura, de Ferreira de Almeida, e outra de esculturas
têxteis, de Fátima Nina. As exposições
podem ser visitadas até ao próximo dia 30
de Junho.
Fátima
Nina é natural da Covilhã e estilista de
profissão. Esta é a primeira vez que a expõe
os seus trabalhos: são esculturas feitas de retalhos
de tecidos, de algodão, linho e renda, envolvidos
numa massa feita com cola, areia e gesso. "Uma criação
inédita no nosso País", afirma Fátima
Nina, que não conhece mais ninguém que faça
esculturas deste género.
O nascimento deste tipo de arte aconteceu um pouco por
acaso: "Há cerca de dois anos atrás
tentei fazer uma imagem para o presépio utilizando
retalhos de tecidos e restos de cola. O resultado está
à vista", explica a escultora.
"O Sagrado e o Profano" foi o tema escolhido
por Fátima Nina, já que sempre achou "muita
piada às magias."
O preço de cada escultura têxtil varia entre
os 20 e os 55 mil escudos. No entanto, a criadora não
esconde a saudade que sente pelas suas esculturas: "às
vezes não sei se as prefiro vender ou voltar a
levar para casa".
"Não tenho inspiração,
eu sou assim"
Ferreira de Almeida é
um jovem pintor de Ílhavo, que trouxe à
Covilhã uma série de pinturas. "Natureza
Morta" é a temática sobre a qual versa
uma série de quadros, onde a morte se deixa adivinhar.
Começou por pintar há alguns anos atrás,
"sempre por intuição. Sou um autodidacta",
diz o pintor. " Não tenho inspiração,
eu sou assim", acrescenta Ferreira de Andrade que
se define como um pintor de intervenção,
atento aos problemas da sociedade.
Já expôs em vários sítios,
inclusive no Centro Cultural de Belém, mas foi
sempre por iniciativa própria: "se não
nos dermos a conhecer é complicado. Existem vários
sítios para se expor, estão é mal
aproveitados", lamenta o pintor. A sua presença
na Covilhã também se deve a uma dessas iniciativas.
"Apresentei o meu portfolio para me dar a conhecer
e aqui estou", explica Ferreira de Almeida.
Os quadros expostos variam entre os 150 e os 200 mil escudos,
"uma quantia que dá para os gastos, embora
a pintura não dê grande dinheiro", lamenta
o pintor.
As exposições estarão patentes ao
público até ao próximo dia 30 de
Junho, no horário habitual do Museu de Lanifícios
da Universidade da Beira Interior.
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