Jorge Alonso e Eva Fernandes
são actores profissionais de teatro. Jorge tem experiência
com crianças, visto que ensinou expressão
dramática em escolas de Lisboa. Para ele as crianças
são "um público verdadeiro, espontâneo
e participativo". O contacto com os mais novos é
estimulante, porque "não é falso".
Para os actores esta foi a primeira experiência como
contadores de histórias.
"Se tu visses o que eu vi / ias-te admirar / uma cadela
com pintos / e uma galinha a ladrar". É desta
forma que começa o espectáculo. Ao mesmo tempo
abre-se um baú cheio de histórias de Alice
Vieira, António Torrado e José Jorge Letria.O
difícil foi escolher entre os muitos livros.
A história de três cágados que demoram
meses e meses de caminho para chegarem a uma festa; uma
borracha que deixa de poder apagar porque está muito
cansada. Ou a régua que perdeu os centímetros
e o lápis com soluços foram algumas da histórias
contadas. Os contadores provocam risos e gargalhadas na
criançada, que ouve atentamente cada história.
As escolas seleccionadas para assistir a este espectáculo
foram a Escola de Ensino Básico (EB) 1 do Refúgio
e as escolas primárias do Bairro Municipal e da Coutada.
"Foi feita uma selecção de escolas que
não têm vindo a outros espectáculos
e iniciativas realizadas na Biblioteca", explica Cristina
Seabra, organizadora deste evento.
Biblioteca incentiva à leitura
João Gonçalo, aluno da EB 1 do Refúgio,
gostou das histórias e confessa ser leitor dos
livros de "Harry Potter". Mas sabe que algumas
histórias "são verdadeiras e outras
falsas". É a primeira vez que vem à
Biblioteca Municipal e na sua escola os poucos livros
que existem estão dentro de um armário.
António Batista, professor na Escola EB 1 do Refúgio,
defende que devia haver mais iniciativas como esta "porque
as crianças são mais cativadas por este
género de actividades".
Cristina Seabra espera levar iniciativas como esta às
escolas da Covilhã. No entanto "é muito
provável que se volte a repetir esta iniciativa
na Biblioteca durante o próximo ano", conclui
Cristina Seabra.
No final do espectáculo os contadores deixaram
um pedido às crianças: "não
guardem as histórias para vocês, contem-nas
a alguém", pois uma história guardada
é uma história morta.
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