Vamireh Chacon não
duvida e afirma mesmo que hoje se assiste a uma nova forma
de barbárie com o crescente efeito da Globalização.
Inclusão e Exclusão dos cidadãos nesse
fenómeno foi o tema que trouxe este docente da Universidade
de Brasília à UBI, no dia 31, quinta feira,
para a conferência organizada pelo Departamento de
Sociologia da UBI. O assunto, polémico para uns e
um processo natural para outros, está intimamente
ligado à tecnologia, à informação
e à riqueza que cada país dispõe.
Falar em globalização é quase equivalente
a falar em mundialização. Ambos os fenómenos
são afectados pela tecnologia e quem tem acesso e
dispõe dessa tecnologia "domina" o mundo,
refere Vamireh Chacon. Para este professor brasileiro, "a
existência do direito em torno da propriedade intelectual
nos Estados Unidos da América, União Europeia
e Japão é algo levado muito a sério".
Quem se preocupa com o conhecimento, com a construção
da realidade, impera e impõe ao resto do mundo a
sua hegemonia.
Mas ao mesmo tempo é impossível controlar
essa tecnologia e "isto é um medo subjacente
à nova sociedade da informação",
defende Vamireh Chacon.
E defende que o mundo está novamente subdividido
em "globalizadores, que são poucos, e em globalizados,
que são muitos". Se antes o fenómeno
acontecia na periferia e seguia para o centro, actualmente
assiste-se ao inverso. É no centro que o processo
de globalização tem origem.
Descobridores: os grandes culpados
Vamirech Chacon afirma que os portugueses e espanhóis
foram os grandes "culpados da primeira globalização
do mundo" e refere os Descobrimentos para fundamentar
a sua afirmação. A partir daí assistimos
a etapas sucessivas, chegando-se à actual tríade:
Estados Unidos da América - os "tiranos da
globalização", União Europeia
e China - o "novo império romano da actualidade"
e o Japão - ainda com alguma importância.
Ao falar em globalização tem que se mencionar,
obrigatoriamente, a questão da energia. Actualmente,
a maior crise do mundo é a da energia. Exigindo
por isso que se criem novos mecanismos de reutilização
da energia de forma a torná-la "mais barata
e acessível a todos", defende o docente.
No final da conferência, ainda houve tempo para
uma troca de ideias entre Vamireh Chacon e o "selecto
auditório", como humoristicamente o professor
chamou aos poucos participantes presentes na sala.
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