Um mês depois da reabertura do Teatro-Cine da Covilhã,
passaram pela sala perto de cinco mil e 700 espectadores,
que representam uma média diária de 189
pessoas por dia. Para o Cine Clube da Beira Interior (CCBI),
entidade que está a gerir a sala, os números
são positivos e correspondem às expectativas
iniciais.
"Sem menosprezar as outras ofertas culturais que
existiam na cidade, constatamos trazer de novo a cultura
ao Teatro-Cine era uma necessidade para a população",
afirma Pedro Ramos, presidente do CCBI. No entender do
responsável, a oferta diversificada em termos de
música, teatro, cinema e outros eventos, é
uma mais valia, a que só o esforço financeiro
camarário podia responder. "Os promotores
privados não têm vocação para
oferecer produtos diferentes e com esta qualidade de programação",
explica.
Um aspecto que é realçado é a cooperação
entre os vários produtores de cultura da cidade.
Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI),
Teatro das Beiras e Associação Académica
são entidades que têm participado na dinamização
da sala. "Todo o nível de colaboração
entre quem produz cultura e quem gere a casa, com os valores
locais e os que trazemos de foram, faz do Teatro-Cine
um grande centro de cultura, do qual a população
estava ávido".
Os espectáculos que mais público trouxeram
foram os musicais. Pedro Ramos não estranha a situação
e explica que a "abrangência era maior".
"Basta dizer", acrescenta, "que estes eventos,
juntamente com o Sarau Campos Melo, fora os únicos
para os quais abrimos a sala toda, que tem perto de mil
lugares".
Ciclo da EPABI com novo conceito
Até ao encerramento para férias, em Agosto,
o programa vai continuar a privilegiar a diversidade.
Contudo, a Primeira Temporada Clássica da cidade
é a organização de maior relevo e
vai incluir o VII Ciclo de Concertos da EPABI. João
Nuno Saraiva, director da escola, refere que a abertura
do Teatro "permite alargar o conceito do Ciclo".
A ideia é oferecer um conjunto de espectáculos
que mostre o que se pode fazer de música clássica
sem grandes meios, isto é "sem precisar de
uma orquestra sinfónica de oitenta elementos".
Do programa consta, a título de exemplo, um concerto
a quatro mãos, "que não é muito
normal, mas vai ser divertido", uma ópera
de Jean Cocteau, "que é uma espécie
de monólogo teatral acompanhado ao piano".
A sessão de encerramento vai contar com o grupo
que integra três antigos alunos da escola, a estudar
em Paris, "mas que continuam a ter uma forte ligação
EPABI", sublinha Saraiva.
A novidade da Temporada Clássica é a possibilidade
de adquirir os ingressos para os seis concertos, pela
quantia de dois mil escudos. Pedro Ramos confia que a
comodidade e o preço vantajoso dos bilhetes pré-comprados
pode vir a ser aplicado noutros acontecimentos: "É
uma forma nova de contactar com o público e vender
espectáculos. Nas próximas temporadas, é
possível que continuemos com o processo, tanto
para o cinema como para o teatro".
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