"É bom ser
criança, não temos que estar tão preocupados
como os adultos." Quem fala assim é Mariana,
oito anos, aluna na Escola de Santo António, uma
das escolas que comemorou o Dia Mundial da Criança
Apesar do muito calor, o entusiasmo era grande. Nas caras
estava estampada a admiração. Não é
todos os dias que se pode brincar no mini escorrega ou dentro
do Basílio, uma lagarta gigante.
A algazarra era muita. Com alguns empurrões à
mistura, lá iam conseguindo passar à frente
uns dos outros para serem os primeiros a entrar nos matraquilhos
humanos ou na Casa das 1001 Bolas. As professoras tinham
mesmo que dar uns puxõezitos de orelhas para as crianças
se comportarem melhor.
Mas a festa não foi só para a criançada.
Humberto Santos, pai do Pedro e da Mariana gostou da iniciativa.
"Num jardim seria melhor, mas na Covilhã não
há", lamenta.
Na hora da partida, o descontentamento era visível,
o que contrastava com a excitação da chegada.
Mas ao mesmo tempo a satisfação de terem passado
um dia completamente diferente apagou qualquer tristeza.
Muito calor aborrece crianças e professores
Mas nas comemorações do Dia Mundial da
Criança nem tudo foi do agrado das professoras.
A iniciativa da Câmara Municipal da Covilhã
foi alvo de algumas críticas por parte destas.
Adelaide Faria, directora do Jardim Escola do Teixoso,
queixou-se do local escolhido para o evento. "A organização
está esquisita. Deviam ter tido em conta o local.
Está muito calor e não há sombras
no Campo das Festas". O serviços de transportes
também se mostrou pouco satisfatório. "Prometeram
autocarros para transportar os miúdos até
aqui e afinal não houve. Além disso, não
há apoio para as crianças. Esperávamos
que houvesse água e um pequeno lanche", afirma
Adelaide Faria.
Teresa Mangana, professora do 2º ano na Escola de
Santo António, também aponta alguns defeitos.
"Os meus alunos foram prejudicados. Marcaram às
dez da manhã, mas quando chegámos ainda
não estava nada montado."
Margarida Mota, membro da equipa que organizou este evento
explicou ao Urbi que o Campo das Festas era o único
local possível. "Ainda se pensou no parque
de estacionamento da ANIL, mas vimos que o Campo das Festas
é muito mais central para ponto de encontro",
explica. "Além disso, as comemorações
do dia Mundial da Criança já estavam marcadas
há algum tempo, e não estávamos à
espera que fizesse tanto calor", conclui.
Guterres quer mais tempo para as famílias
O primeiro ministro não quis deixar passar em
branco o Dia Mundial da Criança. António
Guterres vai propor à Assembleia da República
uma medida que torna a licença de direito parental
de cinco dias efectiva e irrevogável. Isto é,
sempre que nasça uma criança, os pais vão
mesmo gozar os dias seguintes com as famílias.
A par desta proposta, a Confederação Nacional
das Associações das Famílias irá
apresentar a ideia da criação de uma licença
e abono destinados a pais que optem por suspender temporariamente
o vínculo profissional para cuidarem dos filhos
até aos três anos.
A Associação Portuguesa dos Editores e Livreiros
(APEL) também se associou ao Dia Mundial da Criança.
Cinquenta e duas livrarias de todo o País ofereceram
um livro às crianças que as visitaram. Esta
preocupação com a leitura é também
partilhada pela edilidade covilhanense. De 4 a 8 de Junho
irá decorrer na Biblioteca Municipal da cidade
a "Semana da Criança" com leitura, exposição
de livros infantis, jogos e outras actividades de entretenimento
e diversão. Nos dias 6,7 e 8 dois profissionais
irão representar histórias e fazer espectáculos
de animação. Para Rosete Craveiro, da organização,
o objectivo principal desta iniciativa é "ligar
as crianças à biblioteca e estimular a leitura".
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