O património e a cultura
deram origem a um aceso debate em que participaram docentes
da UBI a convite do PSD-Covilhã
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Sala do Hotel
Turismo enche
Preparar o futuro da cultura
e património da Covilhã
"Cultura e Património"
foram os temas da terceira conferência do Ciclo
"Preparar o Futuro", promovido pela Comissão
Política Concelhia do PSD Covilhã. Uma noite
marcada pela afluência de público e acesos
debates.
Por Cristina Marques
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A sala do Hotel Turismo
encheu, no passado dia 28, para receber Elisa Pinheiro e
António Fidalgo. Na mesa estavam em debate temas
como a Cultura e o Património, ficando a Educação
para uma outra oportunidade.
Elisa Pinheiro, docente da UBI e directora do Museu de Lanifícios,
abordou o campo do património, nomeadamente a salvaguarda
e desenvolvimento do património industrial da Covilhã.
"Património são as grandes memórias
que ainda o tempo, com a sua malícia, não
pode gastar", cita Elisa Pinheiro, que encontrou nas
palavras de Francisco d'Holanda a definição
perfeita de património. É aliás neste
campo que tem trabalhado nos últimos anos, procurando
desenvolver uma intervenção que visa salvaguardar
o património da Covilhã. O Museu de Lanifícios
é o exemplo prático deste trabalho, que resulta
da conservação, recuperação
e musealização daquele que um dia foi o edifício
da Real Fábrica dos Panos. Informação,
educação e deleite são os grandes objectivos
do Museu de Lanifícios, numa cidade que, segundo
Elisa Pinheiro, "é conhecida por ser uma cidade
singular em património industrial, mais a nível
internacional do que nacional".
Depois de uma incursão pela memória da Covilhã,
António Fidalgo, professor na UBI, falou de Cultura.
"Assim como os campos sem a cultura não podem
ser frutuosos, também o espírito sem cultura
não o pode ser", refere António Fidalgo
citando Cícero. A cultura opõe-se à
natureza, já que "um homem tem mais cultura,
quanto mais se afastar do seu estado natural: primitivismo".
Defende que uma das maiores manifestações
culturais é o associativismo constituído pela
cultura operária, traço fundamental da experiência
das gentes da Covilhã. Tal facto teve origem na necessidade
de dar formação aos operários, de onde
surge a cooperação.
Para terminar António Fidalgo deixa o alerta: "hoje
em dia não podemos ser só consumidores de
cultura, temos de ser igualmente produtores dela. Esta é
a melhor solução para evitar que sejamos invadidos
por formatos culturais, que nada têm a ver com a nossa
tradição".
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