Departamento de Engenharia Electromecânica
Engenharia Electrotécnica - Ramo Sistemas e Computação

Pioneiros na investigação solar

Há dois anos a UBI abriu as portas à Licenciatura de Engenharia Electrotécnica, Ramo de Sistemas e Computação. Uma aposta recente, que visa a formação de profissionais, preparados para conceber e adaptar complexos sistemas electrónicos e informáticos.

Por Patrícia Caetano


Estruturas de apoio

O curso é apoiado por uma forte componente experimental traduzida por laboratórios bem equipados, que vão desde a electrónica básica e digital, às máquinas eléctricas e electrónica de potência, às telecomunicações e informática, e ao projecto assistido por computador, entre outros.
A Biblioteca e o Centro de Informática (UBI e DEM) são outras estruturas de suporte à licenciatura.


Estrutura curricular

Duração normal do curso: 5 anos lectivos

- Áreas científicas do curso:

a) Mecânica e Termodinâmica;
b) Informática, Automação e Controlo;
c) Electrotecnia e Electrónica.


- Nº. total de unidades de crédito necessárias à concessão do grau: 175

- Áreas científicas e distribuição das unidades de crédito:

- Áreas científicas obrigatórias:

a) Matemática - 21
b) Física e Química - 14
c) Electrotecnia e Electrónica - 42
d) Sistemas e Computadores - 48,5
e) Mecânica e Termodinâmica - 14
f) Economia e Gestão - 6,5

- Projecto:

Créditos: 11,5

Integrada no Departamento de Engenharia Electromecânica, a Licenciatura de Engenharia Electrotécnica, foi criada no ano lectivo de 1999-2000. Apesar de ser bastante recente, dispõe de infra-estruturas que garantem aos alunos o acesso a experiências de âmbito cientifico e industrial. Assim, para além dos 12 laboratórios existentes no Departamento, existem 4 dirigidos especificamente a esta Licenciatura: o laboratório de controlo e sistema de automação( que inclui robótica), o laboratório de instrumentação e medida, o laboratório de máquinas e motores eléctricos (na área de correntes de alta voltagem), e o laboratório de electrotécnica.
Os futuros engenheiros electrotécnicos, têm também salas onde estão disponíveis equipamentos ligados à micro-electrónica.

"Os alunos dão-se ao luxo de escolher os estágios"

Felippe Souza, director da Licenciatura e docente da UBI há uma década, não tem dúvidas: "há uma carência acentuada de engenheiros electrotécnicos no mercado".
De facto, os alunos deste Departamento começam a ser contactados para ofertas de emprego, normalmente de empresas multinacionais, a partir do 4º ano, ingressando por vezes no mercado de trabalho antes de concluída a Licenciatura.
Segundo Felippe Souza, não existem riscos de desemprego nesta área: "os alunos dão-se ao luxo de escolher os estágios", salienta. O docente só lamenta que os jovens não conheçam esta realidade. O que acontece é que os alunos sentem-se desmotivados a ingressar nas Engenharias, dada a elevada taxa de reprovação na matemática e física.
Felippe Souza, alerta: "há uma crise nacional no âmbito da matemática e da física, sendo necessário recuperar a taxa de aprovação dessas disciplinas no ensino secundário".
É de realçar que as saídas profissionais da Engenharia Electrotécnica são vastas, e enquadram-se sobretudo em actividades ligadas à produção de equipamentos industriais com componentes eléctricas, de automação, e complexos sistemas informáticos.

Projectos de Investigação na micro-electrónica

O corpo de docentes da Engenharia Electrotécnica, tem vindo a desenvolver alguns projectos de investigação. Conta já no seu "currículo", com a colaboração no fabrico do automóvel Maubere, que participou num circuito académico em 2000 na "16ème Shell éco-marathon" em França, onde arrecadou um prémio.
Contudo, é no âmbito da micro-electrónica que se destacam alguns projectos de investigação.
O projecto de microprocessadores e software no qual Bruno Ribeiro, aluno de mestrado, está integrado é um dos exemplos. Este Eng.º, tem vindo a desenvolver sob orientação do Prof. Cardoso do Departamento de Física, um trabalho que pretende conceber um equipamento tecnológico, suportado por uma arquitectura de computadores, onde há um sistema de aquisição de informação automática para a indústria. A complexidade e rigor deste estudo, requer uma gestão matemática do tempo real, onde "o cálculo de milisegundos é fundamental no tempo instantâneo", salienta
Bruno Ribeiro
"Plataforma Universal para Investigação Industrial", é assim o título deste projecto, que se for bem sucedido irá ser absorvido por uma empresa especializada em produzir software de gestão de empresas.

"Somos pioneiros na investigação solar"

"Controlo automático do espectro do heliógrafo do Observatório da Universidade de Coimbra ", é o título da tese de doutoramento de Francisco Colaço. O objectivo deste projecto de investigação, é captar a máxima quantidade de energia solar possível.
À semelhança do scanner de um computador, este aluno de doutoramento, está a conceber a base de um processador para uma câmara, onde através de um dispositivo de aquisição electrónica, conseguirá captar uma enorme quantidade de luz. Segundo Francisco Colaço, o projecto irá ser utilizado por um observatório astronómico, pretendendo-se que tenha uma durabilidade de 40 anos. " A vantagem do projecto, reside na sensibilidade à luz, que funciona segundo um processo de acumulação. Se imaginarmos um balde em que se vai acumular luz, que é o que acontece no scanner, neste projecto o balde é maior, permitindo uma maior captação de luz."
Na prática, esta investigação irá permitir melhorar sobretudo a rapidez do tratamento de informação, em áreas tão divergentes na indústria e serviços, como a calibração de máquinas, ou a produção de documentos uma vez que o seu processamento será mais rápido.
Para além destas aplicações, este projecto, dará continuidade à investigação cientifica na captação de imagens fragmentadas do Sol, numa área em que Portugal se destaca: "somos pioneiros na Investigação Solar", como realça Francisco Colaço.