Departamento de Engenharia Civil
Engenharia Civil

Ensino modelo com tecnologia de ponta

Criado em 1980, o Departamento de Engenharia Civil é actualmente um modelo de qualidade de ensino a nível nacional. Para além dos complexos projectos de investigação, destacam-se os trabalhos de campo e as experiências com tecnologia de ponta nos laboratórios, onde os alunos adquirem conhecimentos práticos nas diversas áreas científicas da Licenciatura.

Por Patrícia Caetano


Estruturas de apoio

Actualmente o Departamento de Engenharia Civil dispõe de instalações laboratoriais de qualidade adaptadas à prática do ensino, da investigação científica e desenvolvimento tecnológico e da prestação de serviços especializados à Comunidade exterior. A área ocupada pelos Laboratórios é superior a 3.400 m2 e estes possuem modernos equipamentos de ensino e investigação. Os Laboratórios existentes actualmente no Departamento são os seguintes:

Laboratórios de Construção: Betão e Materiais, Patologia e Conservação de Edifícios, Física das Construções, Sala de Exposição de Materiais, Topografia e Desenho Assistido por Computador, Mecânica dos Pavimentos

Laboratórios de Geotecnia: Mineralogia, Petrologia e Geologia, Fotogeologia e Detecção Remota, Prospecção Mecânica e Hidrogeologia, Geofísica, Mecânica dos Solos, Mecânica das Rochas, Geotecnia Ambiental

Laboratórios de Mecânica e Estruturas: Resistência de Materiais, Análise de Estruturas, Técnicas Experimentais em Estruturas

Laboratórios de Hidraúlica e Saneamento: Hidráulica Fluvial, Hidráulica das Estruturas, Saneamento Ambiental
Laboratórios de Planeamento e Urbanismo: Informática, Análise e Modelação

Existem ainda salas de Informática, salas de Desenho, sala de Projecto e sala de Apoio aos Alunos.


Estrutura curricular

Duração normal do curso: 5 anos lectivos

- Áreas científicas do curso:

a) Mecânica e Estruturas;
b) Geotécnica e Hidráulica;
c) Construção e Arquitectura;
d) Planeamento e Urbanismo.


- Nº. total de unidades de crédito necessárias à concessão do grau: 170

- Áreas científicas e distribuição das unidades de crédito:

- Áreas científicas obrigatórias:

a) Matemática - 28
b) Informática - 9
c) Física e Química - 14,5
d) Mecânica e Estruturas - 26
e) Geotécnica e Hidráulica - 17
f) Construção e Arquitectura - 27
g) Planeamento e Urbanismo - 28,5
h) Economia e Sociologia - 8

- Áreas científicas optativas:

a) Geotécnica e Hidráulica - 5
b) Construção e Arquitectura - 5
c) Planeamento e Urbanismo - 5

- Projecto:

Créditos: 7

Total mínimo de créditos necessários à inscrição no 3º Ano curricular do plano de estudos:

Créditos: 52

Em 1988, a UBI abriu as suas portas à Licenciatura de Engenharia Civil. Em 1993 entraram para o mercado de trabalho os primeiros engenheiros. Feitas as contas, hoje o Departamento de Engenharia Civil (DEC) vê o seu empenhamento reconhecido quer pela rápida integração dos seus alunos em empresas de renome no mercado, quer pela avaliação bastante positiva da Ordem dos Engenheiros.
A consequente acreditação, fez com que os responsáveis pelo DEC se preocupassem em ministrar um ensino sempre adaptado às exigências actuais do mercado. "Queremos consolidar conhecimentos e estar sempre a par das situações mais evoluídas", explica Luís Ferreira Gomes, presidente do Departamento de Engenharia Civil.
Actualmente ingressam 100 alunos por ano, preenchendo as vagas disponíveis. No próximo ano lectivo, os candidatos poderão também concorrer com as específicas de matemática e geometria descritiva.
Pedro Silva, presidente do núcleo de estudantes de engenharia civil, e finalista da Licenciatura, não tem dúvidas quanto ao futuro: "o mercado de trabalho é bastante favorável", comenta.
Para este futuro engenheiro, estudar na UBI é uma mais valia:" a UBI oferece-nos uma componente prática muito vasta, por exemplo Estaleiros enquanto cadeira, é fundamental porque nos dá uma percepção da obra, e de como a dimensionar", salienta Pedro Silva.

"Fazemos com que os alunos sujem as mãos"

O primeiro e o segundo ano desta Licenciatura, têm uma forte componente nas áreas da matemática e da física :"são as disciplinas básicas, o tronco do curso, onde se usa o lápis e o papel", comenta Ferreira Gomes. No entanto, há uma componente prática bastante acentuada. É logo no primeiro ano que os estudantes de Engenharia Civil aprendem a fazer trabalhos de campo. A disciplina de Topografia é um dos exemplos, onde os alunos fazem uso das mesmas técnicas e aparelhos que utilizariam numa obra real.
Apreender as características dos materiais para os conhecer e saber avaliar a sua resistência é também o objectivo de Materiais de Construção e Resistência dos Materiais, duas disciplinas do terceiro ano. Aqui, aprendem a fazer argamassas, armaduras, vigotas, vigas de betão armado, de uma maneira geral, a realizar experiências de compressão e tracção do betão. Deste modo, os alunos consolidam os conhecimentos que adquirem nas aulas teóricas, "Fazemos com que os alunos sujem as mãos!", salienta Ferreira Gomes.
Em Mecânica dos Solos, para além das aulas teórico-práticas, existe um conjunto de aulas laboratoriais onde se ensina desde o início a realizar testes e ensaios de terraplanagens. Assim, os alunos "confrontam-se com situações próximas da realidade, como se estivessem num estaleiro, numa obra, ou a fazer uma estrada", refere o docente.

"Há uma interacção entre o DEC e a comunidade"

A intervenção do DEC, estende-se para além das portas da UBI. De facto, existe uma interacção entre os docentes, que são frequentemente contactados para realizar estudos quer na região da Beira Interior, quer em empresas nacionais, públicas e privadas.
Na Covilhã, por exemplo, sob o ponto de vista geotécnico, existem preocupações no sentido de detectar possíveis zonas de risco dada a instabilidade das encostas. De facto, como explica Ferreira Gomes :"é uma cidade com características particulares, que cresceu junto às linhas de água, uma vez que as fábricas precisavam de água corrente. Isso atraiu a construção de casas em zonas que podem ser instáveis".
Também os alunos, sobretudo os finalistas, participam neste tipo de estudos e projectos. Em Patologia dos Edifícios, uma disciplina do 5º ano, criaram-se vários grupos de trabalho, onde os estudantes analisaram alguns edifícios degradados. O resultado teve um balanço bastante positivo, com um amplo leque de soluções propostas à Câmara Municipal.

Preocupações ambientais

Optimizar os materiais de construção e diminuir a poluição ambiental, é um dos objectivos dos docentes desta Licenciatura. Nesse sentido, estão em curso alguns projectos de investigação, onde se pretende substituir parte da composição de alguns materiais, tornando-os mais resistentes e menos poluentes.
Castro Gomes, por exemplo, integra um projecto de investigação onde se pretende substituir 10 por cento do cimento no fabrico do betão, por cinzas de casca de arroz.
Segundo os investigadores deste projecto, esta substituição de materiais permitirá diminuir quer os gastos energéticos, quer a emissão de dióxido de carbono.
Também Ferreira Gomes em parceria com uma indústria têxtil, está a desenvolver um projecto com preocupações ambientais. Como substituto no reforço de terrenos pretendem criar um material a partir da simples recolha de garrafas de água, elemento menos poluente e mais durável.

Projectos de Investigação pioneiros em Portugal

Com uma área superior a três mil e 400 metros quadrados , os laboratórios dispõem de equipamentos tecnológicos modernos, que se destinam às cinco áreas cientificas da Licenciatura:
Construção, Geotecnia, Mecânica e Estruturas, Planeamento e Urbanismo, e Hidráulica e Saneamento.
Para além de oferecer aos alunos equipamentos para a realização de experiências, permite aos docentes e investigadores desenvolver projectos ambiciosos.
No laboratório de Hidráulica e Saneamento, destaca-se um projecto de investigação pioneiro em Portugal: , "Modelação Matemática da Evolução Morfológica de Rios e Aluvionares". Sob a orientação de Heleno Cardoso, investigador chefe, e de Bento Leal, investigador no terreno, o projecto pretende tornar operacional um tanque, onde se simulará o leito e um caudal constante a circular. O objectivo é:" quantificar qual vai ser a erosão de um elemento colocado no meio do rio, que poderá ser um pilar", explica Cristina Fael, docente integrada no projecto. Pretende-se quantificar em termos matemáticos a erosão provocada pelos sedimentos arrastados pelo caudal.
Este é um dos exemplos da evolução da investigação cientifica e académica em Portugal, que fazem os docentes sentir-se cada vez mais ao mesmo nível das universidades estrangeiras "Hoje em dia, há congressos internacionais, onde se trocam conhecimentos. Estamos numa Universidade, e a Universidade é Universal", concluí Ferreira Gomes.