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Candidato ao Óscar
de Melhor Filme Estrangeiro na última cerimónia
dos Óscares da Academia Americana, Amor Cão,
do mexicano Alejandro González Iñárritu,
é uma proposta bastante competente de um
país mais conhecido pela dessincronização
dos actores de televisão do que pela qualidade
do seu cinema.
Amor Cão trás para o lado de cá
do oceano três estórias entrelaçadas,
como que mostrando que mesmo numa mega-cidade de
10 milhões de habitantes é possível
encontrar a ironia das pequenas coincidências
que tornam cúmplices os desconhecidos e inimigos
os irmãos. A mão divina vai controlando
a vida dos personagens, fazendo troça dos
seus planos, enquanto que a mão do realizador,
por seu turno, faz o mesmo num plano mais terreno.
O filme apresenta-se como uma boa surpresa, tanto
a nível técnico, com uma realização
competente e uma fotografia bastante apurada, como
a nível humano, fazendo crer que existe uma
relação entre a língua castelhana
e as boas prestações a nível
de representação, tendo em conta as
propostas espanholas recentemente exibidas na Covilhã,
bem como esta mexicana.
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