Amores Perros
Amor Cão

de Alejandro González

por pedro homero

 

 

 

Candidato ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro na última cerimónia dos Óscares da Academia Americana, Amor Cão, do mexicano Alejandro González Iñárritu, é uma proposta bastante competente de um país mais conhecido pela dessincronização dos actores de televisão do que pela qualidade do seu cinema.
Amor Cão trás para o lado de cá do oceano três estórias entrelaçadas, como que mostrando que mesmo numa mega-cidade de 10 milhões de habitantes é possível encontrar a ironia das pequenas coincidências que tornam cúmplices os desconhecidos e inimigos os irmãos. A mão divina vai controlando a vida dos personagens, fazendo troça dos seus planos, enquanto que a mão do realizador, por seu turno, faz o mesmo num plano mais terreno. O filme apresenta-se como uma boa surpresa, tanto a nível técnico, com uma realização competente e uma fotografia bastante apurada, como a nível humano, fazendo crer que existe uma relação entre a língua castelhana e as boas prestações a nível de representação, tendo em conta as propostas espanholas recentemente exibidas na Covilhã, bem como esta mexicana.