Procurar o primeiro emprego,
ou apenas o estágio profissional, não se cinge
à simples tarefa de redigir currículos. É
preciso vender uma atitude e saber transmitir qual é
a mais valia do recém licenciado em determinada empresa.
Foi esta a ideia deixada a todos os presentes na conferência
promovida pela AIESEC na passada quarta feira, 22 de Maio
do anfiteatro 6.1.
Anabela Ventura, psicóloga, salienta: "É
preciso dar-se a conhecer". Segundo a psicóloga,
a gestão de uma carreira deve ser feita pelo candidato.
As decisões têm início na redacção
do curriculum vitae e na escolha de estágios em empresas
alvo. Para que esta tarefa seja bem sucedida, Anabela Ventura
aconselha: "Devem estar atentos aos anúncios
dos jornais e à rede de contactos". E esta promoção
de contactos tem um objectivo único: obter informação
sobre as perspectivas das empresas valendo-se dos contactos
com pessoas que pertencem ao nosso meio, mas que convivem
com outros.
Contudo, a empresa vai exigir que nos adaptemos à
sua filosofia. A entrevista é, portanto, crucial
no processo de admissão. "É a impressão
que a pessoa vai dar. É muito importante que a pessoa
seja ela própria mas o cuidar-se com a imagem também
facilita", explica a psicóloga.
Num estudo recente constatou-se que o que o candidato responde
numa entrevista tem um peso de sete por cento na sua avaliação.
O tom de voz (38 por cento) e a postura não verbal
(55 por cento), em conjunto com uma imagem cuidada, constituem
factores decisivos para a aceitação, ou não,
de uma pessoa numa empresa.
Como peixe na água
O perfil dos executivos mais procurados exige sobretudo
uma sólida formação académica,
aliada ao domínio de idiomas e à experiência
multinacional. Ser capaz de aprender, ter capacidade de
iniciativa, liderança e espírito de equipa,
são as qualidades dos profissionais de amanhã.
"O executivo do futuro tem de ser como peixe na água",
salienta José Caetano, responsável pelo
recrutamento de executivos na Talent Search.
Superar os pontos fracos e orientar as experiências
pessoais e profissionais de acordo com as constantes adaptações
do mercado é fundamental para que se cumpram novas
metas e se atinjam os resultados propostos pela empresa.
O Grupo Amorim, que actualmente desenvolve negócios
em áreas tão diferentes como a cortiça,
o turismo ou a imobiliária, conta aproximadamente
com seis mil funcionários efectivos. António
Carlos Almeida, responsável pelo recrutamento garante
que "é necessário que os colaboradores
tenham rigor no comportamento ético e profissional,
e que saibam mobilizar-se nos diversos ramos da empresa".
Para este profissional, o trabalho já não
pode ser visto de modo sistematizado. Para acompanhar
as mudanças do mercado, é fundamental que
as pessoas sejam preparadas para funções
mais globais.
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