José Geraldes
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A nova memória da Covilhã
E o Polis aí está.
A contagem decrescente do relógio já começou.
Daqui a quatro anos, a Covilhã terá outra
fisionomia. E será uma cidade mais habitável.
Com maior número de zonas verdes. E vias pedonais
para que os covilhanenses não só possam
passear mas também aprofundar e retomar um certo
convívio perdido.
A Área Territorial da Grande Covilhã inclui
um Plano Estratégico que "engloba a dupla
função urbana da Covilhã". Em
primeiro lugar, segundo os termos do Programa Polis, o
Plano Estratégico considera "a cidade enquanto
aglomeração urbana polarizadora de todo
o concelho e mesmo da Cova da Beira cujos limites urbanos
se estendem até ao Teixoso (a norte) e até
ao Tortosendo (a sul). Em segundo lugar, "a cidade
enquanto a aglomeração urbana que pode ser
traduzida pela Expressão da Grande Covilhã
(TCT), entendida como uma entidade urbana necessariamente
participante e protagonista do sistema urbano nacional
a nível sub-regional da Cova da Beira, agrupando-se
a Belmonte e Fundão, da Serra da Estrela agrupando-se
a Seia e Gouveia e a nível regional de toda a Beira
Interior agrupando-se a Guarda e Castelo Branco".
Esta Área Territorial abarca quase 12 quilómetros
e uma população calculada em 35 mil habitantes.
Acreditamos que não será um sonho o Polis
contribuir de forma sustentada para transformar a Covilhã
num pólo aglutinador de desenvolvimento económico.
E, ao mesmo tempo, potenciador da indústria turística.
A Universidade da Beira Interior com a Faculdade das Ciências
da Saúde e a criação de novos cursos
é elemento fundamental para dinamizar a nova Covilhã
de 2005. A Auto-Estrada da Beira Interior estará
em funcionamento nesta data, com as vantagens que daí
advêm, na redução das distâncias
das áreas metropolitanas e o acesso facilitado
entre as cidades vizinhas.
Neste capítulo, importa insistir no IC7, embora
a ligação a Coimbra pelos túneis
de Manteigas e Gouveia difícil de concretizar antes
de 2010, seja mais rápida.
E depois o Polis vem dar um novo rosto à Covilhã,
sem perder a memória do seu passado dos lanifícios.
Se a UBI, por uma opção inteligente mas
mais cara, instalou em antigas fábricas, unidades
do saber e residências universitárias, outros
antigos edifícios em ruínas vão ser
demolidos.
As míticas ribeiras da Degoldra e da Carpinteira
que accionaram a fabricação de milhares
de tecidos, com a despoluição, tornar-se-ão
lugares aprazíveis de convívio e repouso
do espírito. É uma outra memória
que vai nascer, na transformação de uma
cidade.
O Polis devolve a Covilhã aos seus cidadãos,
sem perder a sua identidade de cidade serrana e laneira.
Mas a mono-indústria que a caracterizou durante
séculos, desaparece.
As sirenes deixam de ser o único grito na encosta.
As ciências das engenharias, da comunicação,
do design têxtil, da filosofia, da psicologia, da
matemática, da informática, da gestão,
da economia, da sociologia, das letras, da medicina daqui
sairão para todo o País como os tecidos,
no passado.
A Covilhã entra nos caminhos do futuro. Obras previstas
já estão concluídas ou em andamento.
Esperemos que, mesmo antes do relógio chegar ao
zero, todos os empreendimentos estejam terminados.
A Covilhã não será assim só
lã e neve mas também fonte do saber e do
progresso e de nova qualidade de vida.
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