EB 2/3 Serra da Gardunha
Alunos fecham escola
para exigir pavilhão
NC/Urbi et Orbi
A falta de um pavilhão
gimnodesportivo e de condições para a prática
do desporto trouxe os estudantes à rua. Responsáveis
defendem-se e prometem acelerar o processo
Os alunos da Escola EB 2/3 Serra da Gardunha boicotaram
as aulas, fecharam os portões a cadeado e sairam
à rua na manhã de sexta-feira, 11. Na base
do protesto, que se estendeu até à Câmara
Municipal do Fundão e principais ruas da cidade,
esteve a construção do pavilhão gimnodesportivo.
"Queremos um pavilhão e não queremos
mais dias à chuva", gritava um aluno. "Não
podemos fazer educação física, nem
desporto nenhum. Queremos melhores condições
na escola", reclamava outro. Vozes que se ouvem há
alguns anos, desde que a aquisição e disponibilização
dos terrenos junto à escola começou a causar
problemas.
Isabel Coelho, presidente da Assembleia Geral da Escola,
para quem a iniciativa dos alunos "vai permitir maior
aproximação entre professores e alunos e
maior comunicação dentro da escola",
explica a situação do processo. "Em
Outubro pedimos uma audiência ao ministro, mas ele
transferiu-a para a secretaria de Estado e ainda não
temos qualquer resposta", diz. "Em Abril, voltámos
a pedir informações e ainda não tivemos
resposta", continua.
A manifestação deixou surpreso o Conselho
Executivo do estabelecimento. Maria José Miranda,
presidente daquele órgão, mostrou a sua
admiração: "Não estava a contar
com este protesto. Também queremos uma escola completa,
mas a forma como se manifestaram podia ser diferente".
A docente aproveitou, ainda, para lamentar, mais uma vez,
a ausência de informação oficial sobre
o assunto. "O que sabemos é a existência
de uma moção aprovada na Assembleia Municipal
que condiciona a autarquia à aquisição
do terreno junto à escola. Falta apenas a resolução
do Conselho de Ministros para a sua aquisição,
mas nada do que sabemos é formal".
Responsáveis defendem-se
Rui Santos, director regional de educação
do centro, também lamenta as vicissitudes que o
processo conheceu ao longo dos anos. "Depois dos
factos que levaram a que o pavilhão ainda não
esteja construído, apenas esperamos que a Câmara
encontre um terreno perto da escola".
Mas, é precisamente a localização
do espaço que está a atrasar o nascimento
do gimnodesportivo. Uma área integrada na reserva
ecológica nacional, de cujos proprietários
a edilidade ainda não obteve resposta. Rui Santos
lamenta a inexistência do pavilhão, mas diz:
"Estamos à espera da resolução
do processo".
Contudo, a Câmara Municipal garante que a sua disponibilidade
para resolver o problema é total. José Pina,
vereador do executivo, refere que a morosidade do processo
depende do despacho da secretaria de Estado da Administração
Educativa, a quem a autarquia efectuou deligências
no próprio dia para acelerar a demora.
O cenário de "ping-pong" é o que
está por trás do atraso. "Há
vários interlocutores, mas desta vez fomos directos
à secretaria para lhes mostrar a nossa disponibilidade",
diz Pina. Mas acrescenta: "Não é à
Câmara que compete iniciar o processo sem clarificação
por parte da Direcção Regional de Educação
do Centro do espaço e área pretendida".
"O processo parou em cima da secretária de
alguém da secretaria de Estado", sublinha
o vereador, ao mesmo tempo que elogia a manifestação
dos estudantes como forma de retomar o tempo perdido.
Mas logo relembrou: "A autarquia deu um terreno junto
às piscinas, mas não aceitaram e as coisas
foram ficando".
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