Palestra sobre pedagogia na
Escola Secundária Frei Heitor Pinto
Ruptura pedagógica
exige-se
Por Patrícia Caetano
"Defesa de uma Ruptura
Pedagógica", foi a proposta apresentada por
Fernando Almada aos professores estagiários de
Físico-Química, na passada terça-feira,
8 de Maio. Uma palestra onde se procurou encontrar soluções
para o actual conformismo da sociedade.
Romper com a actual pedagogia vigente no ensino e conceber
projectos que dinamizem o saber dos estudantes através
de experiências fora dos muros das escolas, foi
o objectivo da palestra apresentada pelo Prof. Fernando
Almada. O docente e presidente do Departamento de Desporto
da Universidade da Beira Interior (UBI), alertou para
a necessidade de defender uma "ruptura total"
com a pedagogia adoptada nas salas de aula.
Segundo Fernando Almada, existem graves lacunas no sistema
de educação. "Actualmente o sistema
não funciona e faz com que nós não
funcionemos", explica. Existem fenómenos sociais,
que levam ao conformismo e ao modo alheio como as pessoas
encararam vida. Com a publicidade e a moda, as pessoas
limitam-se a imitar modelos e formas de estar. "Há
gente a viver em segunda mão, a viver de acordo
com uma imagem, e não a sua própria vida",
argumenta o docente.
Também no desporto se verifica esta tendência.
As pessoas sentem-se frustradas por não atingirem
os modelos dos atletas de alta competição.
É esta situação que "provoca
um descontentamento geral", salienta Fernando Almada.
O resultado deste conformismo é a carência
de projectos e actividades, conclui..
"Formamos ou deformamos?"
Uma das preocupações
de Fernando Almada, é "a tendência dos
professores para simplificar e simplificar é modificar",
refere. Deste modo impõe-se a necessidade de fornecer
aos alunos liberdade para agir, mas com raciocínio.
"È preciso dar-lhes pernas, mas também
cabeça para que saibam comandá-las",
explica.
E é esse saber, para além da teoria, que
o docente defende. O ensino que se limita à teoria,
acaba por não transmitir o verdadeiro saber das
coisas. "A teoria sem a prática não
é nada", afirma o orador. A necessidade de
incitar os alunos a criar os seus próprios projectos
passa também pela concepção de novas
actividades integradas no ensino. É por essa razão
que o docente explica a necessidade de "ultrapassar
as barreiras do conformismo". Caso contrário,
em vez de formar, os professores poderão correr
o risco de deformar os que têm o futuro nas mãos:
os alunos.
A palestra prosseguiu com um debate aceso, sobretudo entre
alguns professores efectivos do ensino secundário.
Liliana Santos, Professora de Biologia, alertou para a
impossibilidade de viabilizar este tipo de projectos."
As regras do Ministério da Educação
são tão rígidas, que é impossível
conceber actividades fora das escolas", alerta. Muitas
foram as falhas apontadas ao sistema educativo. No entanto,
Fernando Almada incitou ao trabalho,
e propôs a realização de projectos
futuros, em conjunto com os docentes dos diferentes graus
de ensino.
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