A equipa que conquistou
para a Desportiva da Estação a primeira Taça
de Honra Distrital
Ficha do
Jogo
Estádio
Municipal José dos Santos Pinto na Covilhã
(22-04-2001)
Árbitro:
Ricardo
Fernandes
Auxiliares: Angelo Correia e João Brás
Teixosense
- 0
Canário;
João Bruno, Oscar, Pedro Dias e Gonçalo; Tinhas
(Dário, 56 m), Tó Real, Ricardo (Nuno Tomé,
69 m) e David; Paulo Costa e Gaspar.
Treinador: Tó Real
A. D. Estação
- 3
Hugo;
Hélder, Marco, Sérgio e Bruno Paulo; Rui Reis,
Nuno Rogeiro, Carlitos (Renato, 60 m) e Caniço (Vaz Alves,
83 m); Cláudio (Mateus, 88 m) e Brígida.
Treinador: Tozé
Ao Intervalo: 0-0
Marcadores: Caniço (61
m), Nuno Rogeiro (82 m) e Vaz Alves (90 m)
Disciplina: cartão amarelo
a Oscar (21 m), Tó Real (35 m), Carlitos (56 m), Pedro
Dias (71 m), Sérgio (75 m), Bruno Paulo (89 m) e Nuno
Tomé (90 m). Cartão vermelho a Pedro Dias (89 m)
e Paulo Costa (90 m). |
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ADE vence Taça Distrital
Vitória da irreverência
sobre a experiência
Ao segundo ano de vida, a equipa
de futebol Sénior da ADE conquista a sua primeira Taça
de Honra. Uma vitória merecida num jogo com duas partes
distintas. O Teixoso domina a primeira. A Estação
vence na Segunda. A arbitragem esteve mal nas duas.
Por
Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi
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Num dia marcado pelo regresso do frio e das nuvens à Serra
da Estrela, o Sol acabou por despontar para o jogo da Final da
Taça Distrital. Adeptos da Associação Desportiva
da Estação (ADE) e do Teixosense (em clara maioria)
invadiram o Municipal Santos Pinto para uma tarde de festa. O
conjunto do Teixoso buscava a "dobradinha", depois
de já ter assegurado a conquista da I Distrital e a promoção
à III Nacional. A Estação, actual segundo
classificado no primeiro escalão do distrito, jogava para
salvar a época, uma vez que o título, o objectivo
assumido desde o início da temporada, é já
uma impossibilidade.
Entrou melhor o Teixosense. Num período do jogo em que
ambas as equipas se mostravam receosas e se estudavam mutuamente,
eram os homens de Tó Real que mostravam melhor clarividência
e sentido de baliza. Aos sete minutos Ricardo faz um primeiro
aviso à baliza dos covilhanenses. Cinco minutos volvidos
e a turma do Teixoso volta a criar perigo com três remates
em apenas uma jogada. A coesão do aparelho defensivo montado
por Tozé e a rara ineficácia dos avançados
"verde-negros" contribuíram, no entanto, para
a manutenção do nulo.
Aos 35 minutos, Bruno Paulo, do "meio da rua", faz
o único remate perigoso da Estação à
baliza de Canário. A bola, contudo, sai por cima da barra.
Ainda antes do apito para o intervalo, Ricardo volta a levar
perigo ao último sector da ADE, mas não consegue
mais que rematar a poucos centímetros do poste. O nulo
ao intervalo premiava o rigor defensivo dos covilhanenses e castigava
a falta de eficácia da equipa do Teixoso, que dispôs
de várias oportunidades para inaugurar o marcador.
O "fenómeno"
Rogeiro
A formação da Estação entrou mais
atrevida na segunda parte. No entanto, é novamente o Teixosense
a primeira equipa a criar perigo. Aos 55 minutos, Dário,
acabado de entrar para o lugar de Tinhas, entra com a bola controlada
na área, deixa dois centrais pelo caminho, mas leva longe
demais o esforço e acaba por se embrulhar com os defesas.
Aos 61 minutos, Caniço, jogador que no final da última
época se transferiu do Teixoso para a Estação,
faz levantar os adeptos do clube covilhanense pela primeira vez.
Numa jogada iniciada por Nuno Rogeiro pelo lado esquerdo, a bola
cruza toda a grande-área sem que ninguém a consiga
interceptar e acaba por sobrar para o avançado "laranja"
que, com a baliza escancarada fez o mais fácil.
O Teixosense responde ao golo com mais um avançado. Nuno
Tomé entra para o lugar de Ricardo aos 69 minutos. Contudo,
a equipa verde-negra acusa o golo e começa a perder a
luta do meio-campo. E se as coisas já estavam difíceis
para a turma de Tó Real, mais complicadas ficaram quando,
aos 82 minutos, Nuno Rogeiro, um autêntico quebra cabeças
para a defesa verde-negra, marca o segundo para a ADE. Na sequência
de um canto apontado do lado direito do ataque, a bola sobra
para o médio que, depois de se desembaraçar de
um defesa, remata sem hipóteses para o fundo das malhas.
O covilhanense carimbava, assim, uma exibição de
luxo durante a segunda metade do encontro.
Instantes finais conturbados
Os teixosenses reagiram melhor ao segundo golo do que ao primeiro
e, com pouco tempo para jogar, puseram o pé no acelerador
e partiram rumo à baliza à guarda de Hugo. O último
reduto da jovem equipa da ADE esteve, no entanto, irrepreensível.
Aos 84 minutos, num remate à entrada da área, Dário
põe à prova todos os reflexos do guardião
do conjunto da Covilhã, que efectua a defesa da tarde.
Em tarde visivelmente desinspirada, os avançados do Teixoso
não conseguem impor o seu jogo. E a situação
piora ainda mais quando, em apenas dois minutos, Ricardo Fernandes
expulsa Pedro Dias (89 m) e o capitão Paulo Costa. Decisões
motivadas, ao que tudo indica, por palavras dirigidas ao juiz
da partida, mas que não deixam de ser exageradas. As expulsões
acabaram por estragar os instantes finais da partida e criar
alguma confusão dentro do relvado. A arbitragem não
esteve, aliás, à altura do jogo e, apesar de não
ter influído no resultado final, acabou por manchar o
jogo numa altura em que se recomendava tolerância e calma.
Uma coisa que, diga-se, os dois jogadores envolvidos directamente
também não tiveram.
E é já com apenas nove elementos do Teixosense
em campo que a ADE chega ao terceiro golo. Numa jogada de contra-ataque,
e em superioridade numérica, Vaz Alves teve tempo para
tudo. Rematou para uma defesa incompleta de Canário e,
à segunda, não falha e estabelece o resultado final.
A vitória do clube da Estação não
sofre qualquer contestação. Depois de uns primeiros
45 minutos em que, a haver domínio, ele pertenceu aos
do Teixoso, os irreverentes pupilos de Tozé fizeram uma
segunda parte exemplar e justificaram, por inteiro, a primeira
conquista Taça de Honra da Associação de
Futebol de Castelo Branco.
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