Concelhia
do PP desafia militantes
"O nosso mandato acaba
aqui"
Por
Rita Lopes
NC/Urbi et Orbi
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A comissão política
concelhia do PP resolveu dar por terminado o seu mandato. Exigem
agora a reacção dos militantes na participação
e discussão políticas. As críticas ao PSD
também se fizeram ouvir.
Francisco Lino,
presidente da concelhia do CDS-Partido Popular (PP), anunciou
na segunda feira, 23, em conferência de imprensa, o fim
do mandato dos actuais membros. "É uma crise política
que abrimos dentro do nosso partido, uma crise consciente, porque
entendemos que é chegada a hora do partido tremer",
afirma. Uma decisão consciente e premeditada da comissão
política que quer um partido "com vontade de fazer
política e contribuir para o desenvolvimento da nossa
região".
O desafio é lançado aos militantes e aos que fazem
parte do tecido social do concelho. "Ou estas pessoas começam
a confiar em nós e a apoiar-nos ou teremos que formar
outro PP, com uma nova forma de fazer política".
Por outro lado, afirma: "Quero que o partido reaja nos próximos
30 dias, debaixo de uma discussão política e não
de quem vai ser candidato". Nesse aspecto, o popular salienta
que "quem vai defender e definir o objectivo final da nossa
participação nas autárquicas será
a nova comissão política". Mas, acrescenta:
"As pessoas precisam de sentir dos políticos o que
querem, como e qual o caminho, para poderem comparar".
Crítica
ao PSD e apresentação de projectos
Francisco Lino "dá uma no cravo e outra na ferradura"
ao mesmo tempo que anuncia o fim do mandato, tece críticas
ao PSD e lança projectos. A questão da Lixeira
do Souto Alto, do morro de 20 metros da avenida entre o Hotel
Turismo e a ANIL, onde vai nascer uma nova unidade tipo hipermecado,
a requalificação do Centro Histórico e o
polémico Itinerário Principal (IP) 2 marcam as
críticas à actual autarquia. Questões que
Lino considera "vazias de cuidados ambientais".
Mas, o popular também apresenta projectos para um mandato
que "termina aqui". Três orientações
políticas estão na senda do CDS-PP: luta na modernização
e qualidade das escolas, criação de um conselho
municipal, para aproximação dos cidadãos
à política, e desenvolvimento rural, com a criação
de incentivos que fixem os jovens na região.
Ao nível da economia, Francisco Lino aponta dois "grandes
projectos": um para o turismo, outro para a indústria.
O primeiro é um parque infantil temático com banda
desenhada, à semelhança do Asterix, em Paris, na
Serra da Estrela. Um projecto que, segundo o político,
está em estudo e aponta para a visita de um milhão
de pessoas por ano. O segundo é a implantação
de um indústria cervejeira, "a primeira da região".
"Há boa aceitação da parte do promotor
em abrir na Covilhã, apenas falta acertar agulhas",
diz Lino.
Deste modo, enquanto espera a reacção do partido,
Francisco Lino talha caminhos e enumera contributos para que,
"em vez de existirem lutas de poder político, existam
lutas de cariz político".
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