Em dia de aniversário
da Universidade da Beira Interior os discursos verteram, uma
vez mais, sobre a questão da interioridade. A UBI, tal
como as outras universidades portuguesas, vive alguns problemas
de financiamento que são agravados pela sua localização
geográfica. Assim Manuel Santos Silva aproveitou a presença
do ministro da Educação, Augusto Santos Silva,
para sublinhar a necessidade de optimizar a fórmula da
Lei de Financiamento do Ensino Superior. "A fórmula
de financiamento deverá ser melhorada e deverá
ter em consideração as situações
particulares de algumas instituições", alertou
o reitor da UBI.
Na opinião do ministro da Educação, no financiamento
do ensino superior, "mais importante do que as questões
da interioridade ou da periferia são as questões
da qualidade, dos projectos de desenvolvimento e do desempenho
das instituições". No entanto, foi já
criada uma comissão formada pelo Conselho de Reitores
das Universidades Portuguesas (CRUP), pelo Conselho Coordenador
dos Institutos Politécnicos (CCIP) e Ministério
da Educação no sentido de verificar até
que ponto a actual fórmula de financiamento pode ser melhorada.
UBI continua a crescer
Após 15 anos de existência
da instituição, a abertura em Outubro próximo
da Faculdade de Ciências da Saúde, com a licenciatura
em Medicina, é o grande passo na caminhada que a UBI tem
vindo a fazer desde 1986. "Este foi o projecto de desenvolvimento
regional com o maior alcance dos últimos anos", referiu
Manuel Santos Silva, reitor da UBI.
Para o futuro, a UBI já tem traçados alguns objectivos
com a definição do Plano de Actividades 2001/2006
que passa pela "criação de algumas licenciaturas,
a adaptação de outras às novas necessidades
do País e o encerramento de vagas de ingresso".
À espera de atribuição de vagas estão
já os novos cursos de Filosofia, Português - Espanhol,
Psicologia, Engenharia Informática e Engenharia Química,
ramo Celulose e Papel e Ambiente. A UBI propôs ainda a
transformação da licenciatura de Física
Ensino para Física e Química - via Ensino e a alteração
da designação do curso de Física Aplicada
para Optometria e Optotecnia - Física Aplicada.
Ministro esquiva-se a pedidos...
Manuel Santos Silva aproveitou
a presença de Augusto Santos Silva para relembrar alguns
projectos que aguardam um parecer positivo do Ministério
da Educação. O financiamento para a construção
de algumas infra-estruturas urgentes para a expansão da
universidade, como o novo Pólo da Unidade de Artes e Letras,
os Serviços Centrais da Reitoria, a construção
de um auditório com uma capacidade superior ao do actual
anfiteatro das Sessões Solenes, o Complexo Pedagógico
de apoio às Ciências do Desporto, as unidades alimentares
e residências para os Pólos III e IV e a construção
de uma piscina coberta e aquecida do Complexo Desportivo da Covilhã,
estrutura que une esforços da autarquia e universidade.
Durante a cerimónia foi assinado o protocolo entre as
duas entidades para a concessão de terrenos, com uma área
de quatro mil e 200 metros. Esta estrutura será utilizada
pelos alunos da UBI e população covilhanense para
a prática de modalidades desportivas e terapêutica.
Os pedidos foram ouvidos por Augusto Santos Silva, apesar deste
se ter escusado a avançar com garantias. No entanto afirmou
encarar os pedidos de forma séria, ressalvando que "os
recursos não caem do céu nem nascem por geração
espontânea".
... mas deixa recados
Ao longo do seu discurso, Augusto
Santos Silva, foi deixando algumas mensagens. As instituições
universitárias "para conseguirem mais recursos devem
demonstrar que usam bem as verbas que lhes são atribuídas".
O ministro da Educação reconheceu que o volume
de recursos que têm sido entregues às universidades
"não é suficiente mas é considerável",
adiantando que esse número tem vindo a aumentar. Aconselhou
também os presentes a "intervir na escala adequada
a cada problema". Estudos desenvolvidos mostram que a Saúde,
as Tecnologias e as Engenharias são áreas prioritárias
no desenvolvimento do ensino superior. A finalizar lembrou "que
devemos exercer a crítica e construir a solução",
no sentido da responsabilização de todos.
As palavras de ordem do ministro foram apoiar, investir, acreditar,
preservar e defender o ensino superior.
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