José Lello, ministro
do Desporto, foi o governante que apadrinhou o lançamento
do Complexo Desportivo (CD) da Covilhã, na quarta-feira,
18. O objectivo da autarquia é dar resposta, dentro de
três anos, à falta de uma infra-estrutura que permita
formação, lazer e competição desportiva
na cidade. A cerimónia do descerrar da placa de lançamento
coincidiu com a abertura do Concurso Público Internacional
para a construção do Estádio.
Dois milhões e meio de contos é o investimento
previsto para um complexo que Carlos Pinto diz "ser uma
aspiração de 25 anos". Numa área de
23 hectares, vão aparecer quatro estruturas com as valências
necessárias à prática de várias modalidades.
O Estádio Municipal, que vai reformar o velho Santos Pinto,
é a principal obra do CD. Totalmente coberto e com capacidade
para 10 mil espectadores, vai custar um milhão e 500 mil
contos e estará pronto dentro de dois anos. A Pista de
Atletismo, com oito faixas individuais e capacidade para receber
provas nacionais e internacionais, é outra componente
do CD. A obra já está adjudicada, mas os trabalhos
ainda não se iniciaram. Para a prática de desportos
de Pavilhão, o projecto contempla a construção
de uma Nave com dois polidesportivos. O primeiro, de maiores
dimensões, destina-se a receber encontros de basquetebol,
voleibol ou futebol de salão, entre outras modalidades.
A segunda área, também coberta, vai permitir jogos
de ténis em qualquer altura do ano. O complemento do Complexo,
que os responsáveis da autarquia querem que seja uma referência
no Interior, é feito com duas piscinas, uma delas coberta,
mais vocacionadas para o lazer, do que para a competição.
Euro 2004 pode passar pelo
CD covilhanense
Segundo os responsáveis pelo projecto, as intenções
são claras: criar um conjunto de equipamentos, próximos
uns dos outros, que estejam à disposição
da população, mas sem esquecer as mais valias que
uma estrutura destas pode trazer à região. Carlos
Pinto está consciente dessa situação e não
deixou de a fazer notar na cerimónia oficial, perante
as diversas individualidades convidadas, entre as quais, Gilberto
Madaíl, presidente da Federação Portuguesa
de Futebol. "Não vejo outra cidade em Portugal com
melhores condições para estágios",
afirma. A explicação vem logo de seguida: "A
altitude permite uma boa preparação aos atletas
e, para além disso, a boa oferta hoteleira, a proximidade
com o Hospital, o eixo TCT, a Auto-Estrada e o aeródromo,
constituem vantagens muito importantes". Para Madaíl,
estes argumentos são válidos e, "apesar de
serem as selecções a escolher o local de estágio
antes da competição", deixa no ar a possibilidade
de indicar à UEFA o Complexo covilhanense, devido às
suas "condições ímpares".
A habitantes da região são, naturalmente, quem
mais vai beneficiar da infra-estrutura. Pinto salienta que é
"necessário saber responder às necessidades
dos jovens, faixa onde se incluem os estudantes universitários".
Desta ideia resultou, por exemplo, a parceria entre a UBI e a
edilidade serrana: "A piscina aquecida vai ser feita com
a colaboração da UBI a quem a Câmara vai
ceder o espaço".
O discurso de José Lello reforçou a urgência
de parques de actividades físicas como forma de melhorar
a vivência das populações. "Para haver
qualidade de vida numa determinada região, é necessário
que a dimensão desportiva seja preenchida com equipamentos
capazes de oferecer essa possibilidade em especial aos jovens",
refere. O governante considera que a fuga de pessoas para o Litoral
do País "pode e deve ser combatida com investimentos
deste tipo". "Este projecto, de alta qualidade e inserido
num espaço magnífico em termos de paisagem envolvente,
vai ajudar a combater os défices de prática desportiva
que são terríveis, se comparados com outros países
europeus", acrescenta.
III Quadro de Apoio pode
financiar Complexo
Data de Dezembro de 1998 a assinatura dos protocolos entre a
autarquia e o Ministério do Desporto para financiamento
da construção do CD. Na altura, o Estado comprometia-se
a comparticipar a Pista de Atletismo com 300 mil contos e o Estádio
com 700 mil. Carlos Pinto compara estes valores com aqueles que
estão consignados nos processos de adjudicação
para realçar "a inflação dos custos".
Neste momento, os projectos estão certificados pelo Instituto
Nacional do Desporto (IND) e são candidatos a receber
ajudas do Eixo três do III Quadro Comunitário de
Apoio (QCA). À autarquia resta esperar que o gestor da
Medida que diz respeito ao Desporto dê uma resposta positiva
para poder receber os apoios. Carlos Pinto solicita "boa
vontade" na hora da decisão. "O Governo tem
pedido a boa gestão do programa. O nosso é um bom
exemplo para quem queira gastar bem e rapidamente, para colmatar
carências básicas em termos desportivos", refere.
O autarca assegura mesmo que, "em dois anos, é possível
investir no CD covilhanense, com coerência e lógica,
e sem derrapagens ou custos excessivos em relação
às expectativas de partida".
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