Trabalhadores
reivindicam subida dos salários
Transportes
públicos estiveram paralisados
Por
Cristina Marques
|
No
passado dia 20 de Abril a Covilhã esteve privada de transportes
públicos urbanos. Na origem desta greve está o
pedido de aumento dos salários chumbado pela Associação
Nacional de Transportes Rodoviários de Pesados e Passageiros
(ANTROP).
Amélia
Alves, operária têxtil de 45 anos, apanha todos
os dias o autocarro para ir trabalhar. Como não sabia
da greve dos transportes urbanos, esperou e desesperou numa paragem
do Canhoso. O tempo ia passando e nem sinal do autocarro que
todos os dias a traz até à Covilhã.
Nas mesmas condições ficaram alguns milhares de
pessoas, sobretudo trabalhadores e estudantes, dependentes deste
meio de transporte. Para uns, a solução foi voltar
para casa, falhando os compromissos habituais. Os mais persistentes,
meteram a mão na carteira e alugaram um táxi.
A grande maioria dos utentes desconhecia por completo a greve
dos transportes urbanos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores
dos Transportes Rodoviários e Afins, a greve paralisou
a 100 por cento dos transportes dentro da cidade e só
funcionou ocasionalmente nas freguesias do concelho.
Em causa está a subida dos vencimentos para os trabalhadores
destas empresas. Segundo a proposta do sindicato, um condutor
de primeiro nível, que actualmente aufere um salário
de 126 mil e 700 escudos, passaria a receber 134 mil escudos.
No entanto, a proposta da Associação Nacional de
Transportes Rodoviários de Pesados e Passageiros (ANTROP)
é de 129 mil e 500 escudos, mantendo-se intransigentes
em negociar qualquer aumento salarial acima dos 2 pontos percentuais.
A divergência de opiniões gorou qualquer tipo de
acordo entre as partes. A Federação dos Sindicatos
de Transportes Rodoviários e Urbanos (FESTRU) acusa a
ANTROP, de "dar o dito por o não dito, depois de
ter estado de acordo em corrigir os salários de 2000".
Os utentes estão solidários, já que "os
condutores têm todo o direito de fazer greve". Quem
o afirma é Amélia Alves, que apesar de tudo não
esquece que "os maiores prejudicados acabam por ser sempre
os utentes dos transportes". |