tortoise
standards
Thrill
Jockey, 2001
O corpo não sai do sítio,
mas agita-se freneticamente.
A música surge em explosões abruptas. Directa ao
cérebro.
A América, em toda a sua gigantesca dimensão, ataca-nos
os sentidos.
Não há nada a fazer. O laboratório sonoro
montado à nossa frente não se compadece com regras,
modas ou tendências. É, simplesmente, eficaz. Cria
sons que tanto podem ter por base o punk, o jazz, o lounge, as
bandas sonoras western-spaghetti, a electrónica (facção
Mouse on Mars), ou sabe-se lá mais o quê. O que
se sabe é que, venha de onde vier, a sonoridade dos Tortoise
ultrapassa a definição de poderosa, na mesma proporção
em que os cinco músicos mudam de instrumentos. Ou seja,
praticamente a cada minuto que passa.
Música intuitiva, instrumental, que ultrapassa barreiras,
absorve influências e se transforma num ser autónomo,
animado por duelos de vibrafone, baterias em despique, teclados
marcianos e guitarras lunares.
Um retrato da América depois de Hendrix.
Sem comparação.
por sérgio
felizardo |