» Pedro Homero
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DICAS PARA ALUNOS
Bom, o prometido é devido e, tal como tinha ameaçado
na semana passada, aqui deixo um conjunto de 'dicas' para alunos,
de modo a complementar as da semana passada, apontadas a docentes.
Mais uma vez repito: isto são meras sugestões de
quem, pelos vistos, não tem nada de muito importante para
fazer. Assim sendo, têm a importância que você,
leitor, quiser que tenham.
Mas
vamos a isto.
* Dá mesmo o teu melhor. Não me parece muito lógico
pedir boas notas (ou passar, apenas) se contares com elas vindas
do céu ou da persuasão do teu sorriso bonito: faz
como eu devia ter feito (e raramente fiz) e aplica-te mesmo,
vais ver que as notas sobem (quase sempre) em flecha.
* Sê correcto com os professores e exige igual retribuição.
Isto é mesmo essencial: um aluno coberto de razão
perde-a se insultar o docente - e vice-versa. Aliás, manter
uma postura cool é a melhor maneira de resolver as coisas,
e é um bom treino, tendo em conta que situações
melindrosas vão continuar a ocorrer pela vida fora.
* Aparece nas aulas de vez em quando. Pois é, pode parecer
incrível (eu pelo menos não acreditava) mas ir
a umas aulitas e ouvir com atenção o que o professor
diz dá mesmo jeito. Isso, claro, se ele não se
limitar a ler apontamentos ou a usar outras técnicas de
'adormecimento' do género. Se calhar isso implicava que
o teu professor fosse chamado à atenção,
o que nos leva à próxima dica que é
* Ajuda o teu professor a ser um melhor profissional. Muitos
docentes não fazem a menor ideia do que os seus alunos
acham deles. Uns crêem estar em boa conta, outros sabem
que são odiados. Contudo, e como na maior parte das relações
entre os humanos, a melhor maneira de resolver conflitos é
falando abertamente. A maior parte dos docentes são pessoas
sérias e capazes de aguentar com críticas construtivas
e até de se esforçarem para mudar o seu modo de
acção. No entanto, e isto é muito importante,
usa sempre de um certo tacto - alguns professores são
meninos/as mimados/as que, por não saberem lidar com críticas
ao seu modo de trabalhar (reflexo, porventura, de um problema
mais global), podem chumbar-te ano após ano só
porque mostraste uma opinião diferente.
* Vê os teus colegas como companheiros, não como
adversários. Tens uma vida inteira para pisar, mandar
para trás, enganar, mentir, roubar o protagonismo, etc.
Aproveita estes anos de universidade para manter em dia o companheirismo,
a entre-ajuda, a defesa daqueles que, tal como tu, procuram chegar
ao fim de um curso e sair daqui pessoas preparadas para uma carreira.
Tem muito mais pinta evitar a lógica da opressão
(seja como oprimido, seja como opressor) e evitas que te venhas
a arrepender daqui a uns anos, quando os teus netos quiserem
saber mais sobre os teus 'tempos de estudante'.
* Pensa globalmente, actua localmente. Numa palavra, defende
os direitos de todos, para que os teus sejam assim salvaguardados.
A classe estudantil está a demonstrar o repúdio
pela política educativa actual e a mostrar alternativas
ao actual (des)governo da educação, defendendo
assim os teus direitos. Isso é actuar localmente (manifestações
na Covilhã), pensando globalmente (uma política
de educação melhor para o país). Não
ficar à espera que sejam só os outros a defender
os direitos de todos parece, portanto, ser uma excelente opção.
E pronto, era qualquer coisa
deste género que queria escrever. Se nada disto pareceu
ter muito sentido
é porque se calhar não
tem. Ou então o casal globalização e neo-liberalismo,
mais o seu filho individualismo, acumulam vítimas na Beira
Interior - e eu é que não aprendo.
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