A festa começou bem
cedo no último domingo, 1, para os lados do Teixoso. A
subida à III Divisão era quase certa. Estava a
apenas uma vitória de distância. À tarde,
o Maia Campos vestiu-se a rigor. Fachas verdes e negras enfeitavam
o perímetro do reduto teixosense. Quase mil pessoas atenderam
à chamada, na convicção de que a confirmação
do título da I Distrital e a promoção ao
Nacional não escapava. Uma posição que o
Desportivo local não saboreava há 23 anos.
Às 16 horas em ponto, Ricardo Fernandes apita pela primeira
vez para 90 minutos de nervos e sofrimento. Frente a frente os
dois primeiros da tabela, Teixoso e Penamacor. Os da casa sob
a pressão de não decepcionar o milhar de adeptos
ávidos de festa. Os forasteiros sem nada a perder, ou
a ganhar, a não ser a manutenção do segundo
posto.
O jogo nem começou da melhor maneira para a equipa da
casa. Algo nervosos, os teixosenses vacilam a meio-campo e saem
desarticulados para o ataque. Nos primeiros 20 minutos os verde-e-negros
criam várias situações de perigo, mas os
remates acabam, inconsequentes, nas mãos do guardião
Dias.
Aos 25 minutos Neto "despeja" um balde de água
fria sobre o Maia Campos. Na primeira jogada de ataque penamacorense,
o avançado surge perante Canário e não perdoa.
A temer pelo resultado, Real faz entrar Gaspar para o lugar do
extremo esquerdo Nuno Tomé. O sector ofensivo da casa
ganha nova consistência e os lances de perigo à
entrada da área raiana tornam-se cada vez mais frequentes.
A dois minutos do intervalo, os adeptos da casa suspiram de alívio.
Real cobra um livre do lado direito do ataque e Gaspar, mais
alto que os centrais no coração da área,
cabeceia com sucesso para o fundo das malhas. Antes do apito
para o intervalo o Penamacorense sofre outro revés. Salcedas
é expulso depois de uma agressão a Real.
Jogo de nervos até
ao fim
Na segunda parte a equipa da casa entra mais tranquila. A jogar
contra 10, o Teixosense começa a dominar o meio-campo
e a pressionar a turma de Vítor Palmeirão ainda
no seu sector mais recuado. Começa, então, uma
chuva de oportunidades desperdiçadas que podiam "arrumar"
o jogo mais cedo. Óscar e Costa, bem posicionados, cabeceiam
centímetros ao lado da baliza e Gaspar, por duas vezes,
vê o guardião Dias negar-lhe o tento.
Do lado do Penamacor as ocasiões foram mais raras, mas
nem por isso menos perigosas. Aos 85 minutos Canário justifica
porque é o guarda-redes menos batido do campeonato. Cristophe,
no lance mais perigoso, isola-se pela esquerda e desfere um remate
cruzado que proporciona ao guardião teixosense a defesa
da tarde.
Entretanto, e num lance perfeitamente normal, Real vê o
segundo amarelo e consequente vermelho. Uma decisão polémica,
e muito contestada, do juiz da partida que reduz o Teixosense
a 10 elementos, em pé de igualdade com os visitantes.
O conjunto da casa acusa a saída de um dos seus elementos
mais influentes e começa a perder o controlo sobre o meio-campo.
Contudo, é a equipa da casa que melhor consegue sair para
o ataque, muito por culpa dos laterais que começam a fazer
todo o corredor. Uma estratégia que dá frutos quase
ao caír do pano. Aos 88 minutos Gui entra na área
com a bola controlada e, quando prepara o remate, é puxado
pela camisola. Atento, Ricardo Fernandes aponta para a marca
de grande penalidade, para gáudio de jogadores e adeptos.
Na conversão, o capitão Costa não perdoa
e, com um pontapé bem colocado, dá o título
ao Teixosense e "atira" com o clube para a III Nacional,
22 anos depois da despromoção.
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