A garantia
foi dada por José Sasportes no final de Março e
deverá entrar em funcionamento já a partir deste
mês. A Rede Portuguesa de Museus (RPM) pretende aumentar
o nível de qualidade dos museus portugueses e, para isso,
vai dar formação e dotar parte dos cerca de 700
museus que existem no País de uma rede física e
informática com vista à cooperação
entre instituições. A organização
de actividades em complementaridade entre museus nacionais, particulares
e de diferentes tutelas e a circulação de espólios
são objectivos do Instituto Português de Museus
que preside à RPM.
A RPM abre as suas candidaturas este mês e o Museu dos
Lanifícios é, à partida, um dos parceiros
da iniciativa.
A rede dispõe para já de 200 mil contos para o
arranque da actividade. Esta verba, claramente insuficiente face
aos objectivos propostos, deverá ser aplicada na fase
inicial no desenvolvimento de acções de formação
para técnicos médios dos museus nacionais. Elisa
Pinheiro, directora do Museu dos Lanifícios, acredita
que para além desta verba será necessário
recorrer ao Plano Operacional de Cultura, cujas candidaturas
ainda não foram abertas.
Maquinarias
retratam séculos XIX e XX
Ao mesmo tempo,
o Museu dos Lanifícios, já acreditado pelo Observatório
das Actividades Culturais, entidade que certifica os museus segundo
os parâmetros estabelecidos pelo Conselho Internacional
de Museus, prepara-se para criar mais um núcleo museológico,
o quarto, agora dedicado à fase de industrialização
do têxtil. O núcleo vai ser instalado na Real Fábrica
Velha, antiga unidade fabril vizinha da Fábrica do Moço,
onde ficará instalada a partir de Outubro a Faculdade
de Medicina da UBI, junto à Ribeira da Degoldra. O projecto
arquitectónico de reconstrução, da arquitecta
Margarida Lino, já está concluído e obteve
financiamento do Proestrela - Acção Integrada da
Base Territorial da Serra da Estrela. O lançamento do
concurso público está para breve, adianta a responsável.
O espaço, três pisos com cerca de 12 mil metros
quadrados, irá albergar a reconstituição
de todo o processo de industrialização, com maquinarias,
algumas cedidas, doadas ou adquiridas pela UBI, e vida operária
e empresarial entre épocas tão distantes como 1886
a 1960. O projecto museológico está pronto embora
aguarde financiamentos. Manuel Santos Silva, reitor da UBI, está
envolvido nesta tarefa, visto ser o Museu dos Lanifícios
tutelado pelo Ministério da Educação.
O crescimento do Museu dos Lanifícios a outras zonas da
região é também um objectivo em vista. No
futuro, Manteigas e Gouveia poderão vir a completar todo
o percurso da lã.
A RPM reúne no início de Março, na Covilhã,
com os representantes dos museus da região, donde resultará
provavelmente uma cooperação com os museus Francisco
Tavares Proença Júnior, de Castelo Branco, e o
Museu da Guarda, que pertencem actualmente ao IPM. |