Era uma vez uma história
como tantas outras que começam num bar de uma cidade qualquer.
De repente, um chapeleiro "que perde a cabeça por
chapéus", e dois empregados do bar, a Irene e o Decas,
embarcam numa viagem surreal de baloiço, rumo à
Serra da Estrela.
A aventura decorre em épocas históricas divergentes,
dando azo a investidas de uma legião romana e de lusitanos
que "atrapalham" o decorrer da excursão. A mística
da Serra da Estrela também é elogiada, através
do uivar dos lobos ou lobisomens que assombram os aventureiros.
Contudo, depois de tantas tropelias e trapalhadas, descobre-se
que a "história escaganifobética", como
afirma o chapeleiro, não passa de um passe de mágica
concebido por Alsinosinosino. Entre cocos e cartolas, tudo o
que sirva para tapar cabelos e carecas, basta "estar de
olhos bem abertos e contar até 10" para que a magia
recomece.
E o público aplaudiu. O colorido da peça seduziu
os presentes, quer pelos cenários, quer pela caracterização
dos pequenos actores. Talvez porque, como afirma o mágico
Alsinosinosino, "o teatro está entre a vida e a vida
fingida".
"O faz de conta é
importante"
A arte é, na generalidade,
uma actividade importante para o desenvolvimento das crianças.
Com apenas nove anos, decorar textos não é tarefa
fácil, exige muito esforço e dedicação.
Segundo a professora e animadora da biblioteca da Escola Básica
Nº 1, Isabel Simões da Cunha, "o teatro é
importante, porque ajuda-as a desinibir-se, a desenvolver a dicção
e a saber contactar com o público".
De facto, a iniciativa desta escola foi bastante elogiada, uma
vez que se despertaram os sentidos para o teatro e para a música,
através do coro presente, também ele composto por
crianças do 4º ano.
A vereadora da cultura, Maria do Rosário Rocha, elogiou
o evento pela importância que o teatro tem na vida das
pessoas: "o faz de conta é importante, para que os
adultos encarem as vicissitudes da vida". |