A semana de luta começou
com inaugurações. Terça feira, às
13 horas, a entrada principal do Pólo de Ciências
Sociais e Humanas recebeu a visita dos actores do Teatr'UBI,
no papel de ministro da Educação, Presidente da
República, primeiro-ministro e bispo da Guarda. A comitiva
desceu da "carrinha do desgoverno" para inaugurar o
"relógio tipo polis" que se marca a contagem
decrescente para a inauguração da cantina. Uma
placa de madeira informava que o cronómetro do relógio
está avariado.
Mais tarde, às 14h30, estudantes e comunicação
social, acompanhados pela música das "Moçoilas",
juntaram-se perto do bar do Pólo I. O "bispo da Guarda",
acompanhado do "Presidente da República" e do
"primeiro-ministro", benzeu o "WC de Manuele Subetile".
Para surpresa geral, ouviram-se gritos vindos do interior da
casa de banho. "Ai meu Deus! Ajudai-nos a ter melhores condições
de ensino".
Atrair a atenção com ideias originais foi um dos
propósitos destas acções. Nuno Franco, dirigente
da AAUBI, defende que "tendo em conta a maneira como funciona
a comunicação social, surgiu a ideia desta forma
de reivindicação para dar destaque à luta
dos estudantes".
Gabriela Gonçalves, aluna do curso de Física-Ensino,
declarou-se surpreendida pois "como há um certo conformismo
não esperava que a academia participasse tão activamente".
Na sua opinião houve envolvimento entre a Associação
Académica, o Teatr'UBI e os estudantes e o resultado só
podia ser bom.
Recados ao ministro
Jorge Jacinto, presidente da AAUBI, afirma não poder acreditar
"que o ministro da educação considere justa
uma bolsa de nove meses para um ano lectivo de 11". Preocupado
com a desorganização existente no Ensino Superior,
o presidente da AAUBI declara que "é necessária
uma estratégia que aposte em cursos de banda larga e acabe
com a criação desordenada de licenciaturas como,
por exemplo, a de Formação e Habilitação
de Cavalos", refere este dirigente associativo em tom jocoso.
Segundo as declarações do presidente da AAUBI "faltam
40 milhões de contos nas universidades portuguesas. E
o reitor da UBI também se queixa desta situação".
Uma das preocupações da AAUBI é chamar a
atenção da opinião pública da cidade
e da região para as razões da luta dos estudantes.
"Queremos que os nossos pais, lá em casa, se identifiquem
com a nossa luta e percebam que é o nosso futuro que está
em causa", apelou Jorge Jacinto.
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