António Fidalgo

 

 

 

 


A avaliação das universidades pelo DN

O Diário de Notícias iniciou no passado sábado, dia 17 de Março, um dossier sobre a avaliação das universidades públicas portuguesas. Durante nove dias o jornal fará uma radiografia das diferentes universidades e respectivos defeitos e virtudes. No final, em 26 de Março, o jornal indicará qual a que considera melhor.
Logo no primeiro dia coube a sorte à UBI. Maria José Margarido, a jornalista que assina o artigo sobre a UBI, cinge-se a factos e o que escreve não é polémico, longe disso. Longe dos grandes centros demográficos do país, isolada atrás da Serra, numa região de acessibilidade difícil, a UBI é a universidade que regista menor procura por parte dos alunos. São os números.
Porém, todos sabemos que os números não dizem tudo. Uma instituição pode ter, por exemplo, muitos docentes doutorados, mas mais importante que isso, é saber qual a qualidade da sua investigação e quantas aulas efectivamente dão. Pode haver muitos computadores numa faculdade, mas se ninguém tiver acesso a eles, é como se não existissem. O mais importante até nem é quantificável em números e isso é o ambiente de estudo e de exigência, de docentes e alunos. A UBI não é responsável pelos alunos que lhe chegam, mas sim pelos que partem licenciados.
As condições adversas que a UBI enfrenta, a localização e a juventude, não devem ser motivo de desânimo para quem nela ensina e estuda, mas de exigência redobrada. A solução é simples e difícil: trabalho, trabalho, trabalho. É preciso que os docentes estudem e investiguem mais que os colegas das universidades clássicas, é preciso que se preocupem mais com os seus alunos, para que estes se sintam motivados e orgulhosos da universidade que frequentam. Só assim se conseguirão atrair cada vez mais e melhores alunos e elevar o nível da universidade.
Por fim, independentemente dos resultados da avaliação pelo DN, há que saudar esta iniciativa. É preciso que a sociedade civil se preocupe com a qualidade das escolas em que se formam os quadros superiores de quem depende o futuro do país. Trata-se de uma primeira avaliação, havendo certamente no fim coisas a criticar, a rever e a corrigir, mas a iniciativa é positiva. Há que não ter medo da avaliação e, sobretudo, tudo há a fazer para melhorar a qualidade e subir no ranking.

Clique aqui para regressar à primeira página