S-TONE INC.              SOULSTANCE

Na segunda metade da década de 90, a bossa nova meteu-se num Concorde, recostou-se confortavelmente, pediu uns cocktails e lançou-se numa viagem supersónica à volta do mundo.
Missão: impregnar os povos com o ritmo, melancolia, tristeza disfarçada de alegria, balanço e todos os outros condimentos que a caracterizam. Da Ásia, à Oceania, da América do Norte aos mais recônditos cantinhos da Europa, a bossa brasileira, sejam os seus contornos mais paisagísticos e sentimentais, ou mais dançantes e ritmados, entrou e misturou-se. Conquistou as pistas de dança e arrebatou o pódio do chill-out.
Mil e um projectos depois, centenas de misturas e remisturas, há quem vaticine que a bossa e todo o seu ambiente easy-listening, aliada à electrónica, ao drum, à house e a tudo o mais que foi feito, começa a saturar. Até pode ser verdade, mas com três discos do calibre daqueles que apresentam os italianos Soulstance e S-Tone Inc. os factos parecem não ser tão consistentes. Não é que sejam álbuns tipicamente de uma qualquer neo-bossa-qualquer-coisa. Têm, sem dúvida, uma forte influência da cor, do clima, da paisagem, do cheiro de Terras de Vera Cruz, mas abraçam com fervor outros pólos de orientação (a soul dos S-Tone Inc., e o electro funk em "Act-on!" dos Soulstance).
Discos que cheiram a Verão e a liberdade, num convite explícito à libertação doo espírito e da alma.


por sérgio felizardo

clique aqui para regressar à Primeira Página