  
            António Fidalgo 
            
             
             
             
             
             
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             Critérios de avaliação 
            No início do segundo
            semestre lectivo falemos então de critérios de
            avaliação, como quer a Associação
            de Estudantes. Mas não se restrinja o
            debate apenas aos critérios da avaliação
            que os docentes fazem dos
            conhecimentos que os alunos adquirem em determinada disciplina,
            mas
            alargue-se também aos critérios da avaliação
            que os alunos fazem dos
            docentes. Com efeito, na semana passada a AAUBI divulgava nos
            órgãos de comunicação regionais uma
            avaliação assaz negativa de alguns docentes da
            UBI, afirmando que "há professores na UBI que têm
            de justificar aquilo que
            ganham" (veja-se o INFORM-acção, Boletim II/1
            de 19 de Fevereiro de 2001). A avaliação é
            pesada, mas mais grave é a indeterminação
            da referência, pois
            que lança a suspeita sobre todos os docentes da instituição.
            Dentro dos
            alguns pode estar qualquer um. 
            Avaliar é uma necessidade da vida. Fazemo-lo a todo o
            momento, isto é bom,
            aquilo é mau, e aqueloutro assim-assim. Ai de nós
            se não avaliássemos. E
            também o que somos, fazemos e sabemos é avaliado.
            Do excelente ao péssimo temos muitos graus de avaliação.
            Avaliamos e somos avaliados. 
            Os professores avaliam os alunos nas disciplinas que leccionam.
            É o seu
            dever. Os alunos querem saber quais os critérios de avaliação
            pelos quais
            são avaliados. É o seu direito. Com efeito, se
            compete ao docente avaliar um
            aluno universitário, por uma bitola quantitativa, do zero
            ao vinte, no que a
            um conhecimento científico diz respeito, tem jus o aluno
            a saber os
            critérios de avaliação. Não pode
            a avaliação ser feita arbitrariamente, mas
            antes fazer-se à luz de normas prévia e claramente
            estabelecidas. O rigor da
            avaliação depende da objectividade dos critérios. 
            Dito isto, cabe perguntar quais os critérios pelos quais
            os alunos avaliam
            os professores. É que não pode o facilitismo, passar
            toda a gente e com
            notas altas, ser um critério. Mas já serão
            critérios certamente os que o
            próprio Estatuto da Carreira Docente Universitária
            contempla, a saber,
            capacidade científica e aptidão pedagógica.
            Por miúdos, será o saber
            científico do docente, traduzido em publicações,
            manuais e conferências, e
            reconhecido em provas públicas pelos seus pares, a par
            de uma boa e atempada preparação das aulas, assiduidade,
            clareza e sistematização na leccionação,
            disponibilidade de atendimento de alunos e isenção
            na avaliação dos alunos.
            Se forem estes os critérios, então que sejam avaliados
            os docentes. 
            Ninguém está acima da avaliação.
            Mas é de todo o direito de quem é avaliado
            saber os critérios pelos quais é avaliado.  |