Notícias da Covilhã
- Há quase um ano à frente do plantel do Sporting
da Covilhã qual é o balanço?
Henrique Nunes - Não
é excepcional, mas é positivo. É óbvio
que gostaria de ter tido mais sucesso quando cá cheguei
o ano passado e ter conseguido manter o Covilhã na II
Liga. De qualquer modo, faltavam apenas nove jornadas para o
fim do campeonato e a tarefa não era fácil.
Em termos pessoais também consegui a minha própria
adaptação à cidade. O que, no princípio,
foi um pouco difícil já que era a primeira vez
que estava a treinar e ficava fora de casa.
NC - O Covilhã ocupa,
neste momento, a segunda posição na tabela, três
pontos atrás da Oliveirense. Esperava estar, ao fim da
primeira volta, numa situação tão pouco
segura?
H.N. - Olhando ao campeonato
e levando em consideração que, em 18 jogos, temos
apenas duas derrotas, esperava estar, com algum descanso, no
primeiro lugar. No entanto, e apesar de ter mais uma derrota
do que nós, a Oliveirense tem estado a fazer um campeonato
brilhante e está em vantagem.
Ao fazer uma retrospectiva à primeira volta reconheço
que perdemos quatro ou cinco pontos em jogos capitais que nos
podiam dar a liderança.
NC - Fora do Santos Pinto
o Covilhã venceu quatro jogos em nove possíveis.
Perdeu dois e empatou três. Não é pouco para
uma equipa que luta pela subida?
H.N. - De modo algum.
A Oliveirense é que está a fazer uma época
muito boa. O que, em parte se justifica com a maior disponibilidade
financeira do clube que, tal como o Feirense, gastou bastante
mais dinheiro do que o Covilhã em contratações.
NC - De qualquer modo o
Covilhã perdeu nesses dois terrenos.
H.N. - Foram as nossas
únicas derrotas. Aliás injustas. O golo da vitória
do Feirense é precedido de falta e, em Oliveira de Azeméis,
o resultado final (3-2) não reflecte o que realmente se
passou em campo.
NC - No início do
campeonato afirmou que o plantel era muito curto. Entretanto
foram chegando mais jogadores. O número actual de atletas
é suficiente?
H.N. - Durante as primeiras
jornadas convocámos dois juniores para o banco porque
havia sempre um jogador lesionado e não tínhamos
plantel suficiente. Entretanto chegaram o Piteira e o Túbia
que são jogadores polivalentes que conseguem colmatar
algumas lacunas. Obviamente gostava de ter mais jogadores à
disposição, até porque só tenho 20,
mas o actual plantel consegue suprimir as carências.
NC - A Oliveirense vai na
frente e já se reforçou para o assalto à
segunda volta. O Covilhã também o vai fazer?
H.N. - Era importante
ir buscar mais um ou dois jogadores, mas o orçamento não
comporta essa possibilidade e nós temos que saber gerir
e lutar com os elementos que temos.
Estou convicto que se conseguirmos recuperar todos os atletas
para a segunda volta e se as condições climatéricas
melhorarem, poderemos lutar até ao fim pela promoção.
Jogadores com elevado índice
de confiança
NC - O que espera da segunda
volta que se inicia no próximo domingo?
H.N. - Espero recuperar
os meus jogadores. Se isso acontecer estou convencido de que
podemos fazer uma segunda volta tão boa, ou melhor que
a primeira.
NC - Este grupo de trabalho
dá garantias para aspirar à promoção?
H.N. - Sem dúvida.
Os jogadores estão com um nível de confiança
elevado e isso notou-se no último jogo frente ao Caldas.
Uma partida em que, apesar do nevoeiro e das constantes interrupções,
conseguimos fazer uma exibição agradável.
Poderíamos ter goleado, mesmo sem o Piteira, o Adilson,
o João Carlos e o Rui Morais, quatro jogadores que costumam
ser titulares.
O Covilhã tem um dos melhores grupos de trabalho dos últimos
clubes por onde passei. Há uma união muito forte
e a prova é a grande vontade de ganhar que a equipa vem
demonstrando de jogo para jogo.
NC - Durante grande parte
do campeonato a equipa debateu-se com a falta de um ponta-de-lança.
O João Carlos foi, durante algum tempo, o melhor marcador
e é um central. Neste momento surge o Hermes com sete
golos. Seis deles em cinco jogos consecutivos. Está encontrado
o "matador" que faltava?
H.N. - O Hermes também
teve a sua fase de adaptação. Trabalha muito mas,
por algum azar, não estava a fazer golos. Agora está
a ganhar confiança e a sua veia goleadora está
a manifestar-se sem, contudo, deixar de trabalhar para a equipa.
Também é o único jogador, depois da saída
do Zazi, com as características de ponta-de-lança.
Seria bom termos outro homem com estas qualidades, até
em caso de lesão ou castigo. Mas não é possível
e, caso isso aconteça temos que encontrar soluções
dentro do plantel.
NC - A aventura na Covilhã
Há vai continuar para lá do fim da temporada?
H.N. - Ainda é
muito cedo para dizer. A permanência de um técnico
num clube depende de muitos factores: dos objectivos alcançados,
do que se pretende fazer e, sobretudo, da disponibilidade quer
da direcção quer do treinador. Tem que haver uma
reciprocidade no desejo de continuação. Para já
estou a gostar de trabalhar na Covilhã e estou mais preocupado
em preparar os 18 jogos que faltam do que com esse assunto. |