José Geraldes
José Geraldes

 

 

 

 


Auto-Estrada da Covilhã:
o mistério do(s) atraso(s)

A Auto-Estrada da Beira Interior está a andar a bom ritmo. O troço Mouriscas - Gardete avança. Do lado da Guarda, a ligação ao IP5 via Benespera e Belmonte também está dentro dos prazos previstos. E Gardete - C. Branco aguarda o seu tempo.
O troço Alaria - Teixoso que vai servir a Covilhã, é um mistério. De acordo com as notícias ultimamente vindas a público, na imprensa regional, presume-se que só teremos a Auto-Estrada até à Covilhã, depois da duplicação do túnel da Gardunha.
Esta é uma atitude que a Covilhã não pode aceitar. Aliás como se compreende que nesta altura ainda não haja sequer um projecto da via?
Quem sai prejudicado com este atraso, são as gentes da Covilhã e o seu próprio desenvolvimento.
Os 12 quilómetros da Rotunda até à Covilhã com a inclusão da variante estão cada vez mais saturados. Além disso, sem estar definido o local da passagem da Auto-Estrada, nada pode ser feito que valorize a variante à Covilhã.
Já foram determinados vários locais desde junto ao Ferro, entre Ferro e Peraboa. Ultimamente estuda-se uma alternativa que não prejudique os terrenos agrícolas. A hipótese de um corredor específico junto a Peraboa também terá sido objecto de discussão.
Apontam-se as causas do impacto ambiental para travar qualquer dos processos. Serão essas as verdadeiras razões? Custa acreditar que o Ministro José Sócrates, homem de soluções rápidas e pragmático, não tenha resolvido a questão. As informações que lhe são apresentadas, têm sido atempadas, com fundamentos sérios ou com anotações duvidosas?
Anda a Scutvias, empresa concessionária da obra, distraída? A Scutvias assinou um contrato com o Governo, assumiu compromissos e prazos. Que se passa afinal?
Com o início do funcionamento da Faculdade de Ciências da Saúde, em Setembro próximo, a construção do Campus da Saúde, entre o novo Hospital e a Expolan, o movimento vai aumentar junto à variante.
A Covilhã precisa, com urgência, de saídas para a Auto-Estrada. E o trânsito que em princípio está destinado a seguir pela Auto-Estrada, não pode vir aumentar ainda mais o caos que, em certos dias, se verifica.
Já houve um requerimento de uma deputada na Assembleia da República a pedir informações sobre o atraso. A autarquia da Covilhã tem manifestado veementemente a sua indignação. As respostas que se deram, sabem a pouco. E nota-se um silêncio deveras comprometedor.
Em democracia, os cidadãos têm o direito de ser informados a tempo e com clareza. E a transparência é a pedra de toque do regime democrático. Neste caso, o que há são nuvens escuras.
Quem nos esclarece convenientemente e de vez sobre o assunto? Mas o troço que serve a Covilhã tem prioridades que são óbvias. Não vamos estar à espera da duplicação do túnel da Gardunha, a última obra a efectuar em 2003.
E, se os prazos não são cumpridos em relação à Covilhã, não podem estar dependentes de uns tantos burocratas. Concertem-se as forças vivas e passem à acção.
Nós, cá estamos, para cumprir o que nos compete.

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