Ferro Rodrigues, ministro do
Trabalho e da Solidariedade, esteve em Castelo Branco, na sexta-feira,
26 de Janeiro, inaugurar o Centro Comunitário João
Carlos Abrunhosa (CCJCA) e o Lar Residencial para Deficientes
da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão
Deficiente Mental (APPACDM). Visitou, ainda, as novas instalações
do Centro de infância e Juventude (CIJE) e, no final da
tarde, mostrou-se satisfeito com o que viu. Na sua perspectiva,
as instituições de apoio social albicastrenses
"estão na vanguarda da assistência aos idosos,
crianças e deficientes".
Para o início da visita, estava marcada a inauguração
oficial do Centro Comunitário João Carlos Abrunhosa,
lar gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Castelo
Branco (SCMCB) a funcionar desde 1 de Julho de 2000. Instalado
no antigo Centro de Saúde Mental, extinto em 1992, representa
uma grande vitória para a instituição. José
Guardado Moreira, provedor da SCMCB, dá conta disso ao
afirmar que "depois de muito trabalho, conseguimos um lugar
digno para as pessoas aproveitarem os últimos anos da
sua vida". "Estas pessoas são a nossa maior
preocupação uma vez que somos o segundo distrito
no País com mais idosos", refere.
O Centro tem uma capacidade para receber 75 utentes. 44 camas
são para pessoas com elevado grau de dependência,
mas as valências não ficam por aqui. O acordo celebrado
com a Administração Regional de Saúde, por
exemplo, prevê que 11 camas estejam reservadas para doentes
designados pelo Hospital Amato Lusitano, isto é, doentes
em tratamento ambulatório que necessitam de apoio residencial.
Ferro Rodrigues considera esta articulação com
o sistema de saúde de grande importância: "Há
muitas pessoas hospitalizadas que podem continuar a sua convalescença
em casas como estas. Não faz sentido que ocupem camas
nos Centro hospitalares, onde há sempre prioridades mais
urgentes, quando podemos ter soluções deste tipo".
As restantes 20 vagas dividem-se, em partes iguais, para doentes
mentais crónicos estabilizados e para a Unidade de Apoio
Integrado.
No total, são 100 mil contos investidos na recuperação
dos edifícios, que se encontravam bastante degradados,
e equipamento para a infra-estrutura. A Segurança Social
ajudou com 20 mil contos e o resto veio dos rendimentos da Misericórdia.
Com este Centro, a Santa Casa albicastrense, que já conta
com 487 anos, fica dotada de 400 camas espalhadas por 12 edifícios.
Guardado Moreira refere, orgulhoso, que a "SCMCB emprega
245 pessoas e tem ligadas a si duas mil pessoas".
Instalações
novas para deficientes adultos
A próxima paragem do governante seria o CIJE, um internato
para menores do sexo feminino. A casa passou por algumas remodelações
recentes, como a construção de uma biblioteca e
salas de estudo. Dias Carvalho, director da Instituição,
realça que, por ali, "já passaram muitas crianças
que encontraram o ambiente agradável para se desenvolverem".
As obras ascenderam a 48 mil e 500 contos e o responsável
do Centro justifica-as com "a necessidade de um local onde
as crianças estudassem, com estes melhoramentos o principal
fica feito".
A visita foi rápida e o titular da pasta do trabalho e
solidariedade, logo após receber os arranjos florais oferecidos
pelas residentes do CIJE, seguiu para o Lar Residencial para
Deficientes da APPACDM, na Carapalha. Aí, visitou o Pavilhão
Oficinal e inaugurou a camarata com capacidade para receber 15
adultos deficientes. "Ainda há muito a fazer nesta
área", reconhece. "Se em termos de formação
para crianças deficientes estamos ao nível da Europa,
o número de infra-estruturas é menor quando chegam
a adultos, nomeadamente na criação de postos de
trabalho", acrescenta.
Uma situação que parece resolvida em Castelo Branco.
Dias de Carvalho explica que o núcleo da APPACDM que dirige
tem o ciclo completo: "Ensinamos os deficientes desde pequenos,
fazemos a formação pré-profissional e a
sua integração no mundo do trabalho, quando é
possível. Quando os pais já não os podem
ter em casa, então vêm para aqui". Um ciclo
que, para Ferro Rodrigues, é "um exemplo daquilo
que são verdadeiras opções prioritárias
à escala nacional".
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