Funcionários contestam
contratos e carreira
Greve da
Acção Social hoje e amanhã
Por
Raquel Fragata
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Para hoje e amanhã
está convocada uma greve dos funcionários dos Serviços
de Acção Social da região centro. Exigem
equiparação à Função Pública.
Os trabalhadores
dos Serviços de Acção Social (SAS) de todo
o País vão paralisar durante esta semana. Hoje
e amanhã os funcionários dos SASUBI vão
manifestar-se, através do direito à greve, contra
a vigência do Decreto-Lei 108/95, que permite o sistema
de contratação individual de trabalho da Administração
Pública. Pedem também que sejam abrangidos pelo
acordo da revalorização das categorias e carreiras,
ao abrigo do Decreto-Lei 404-A/98, negociado entre o Estado e
os funcionários públicos. Até agora os trabalhadores
dos SAS são reconhecidos como pertencentes a carreiras
específicas e não afectos à Função
Pública, situação que querem ver alterada.
Silva Raposo, administrador dos SASUBI, não conhece para
já a adesão que esta greve vai ter na Covilhã,
mas garante que, caso se verifique grande ausência de funcionários,
pelo menos um serviço de cantina e os bares da UBI estarão
abertos. "Não sei qual vai ser a adesão mas
prevejo que, como habitualmente, seja uma paralisação
relativa", afirma.
Manuel Santos Silva, reitor da UBI, defende que este problema
se deve à lei vigente e que só depois de alterada
a lei se reporá a justiça entre os trabalhadores.
"É a lei vigente. Custa-me que existam situações
como esta, mas não podemos integrar esses trabalhadores,
porque a lei não no-lo permite. Não é um
problema das universidades, mas sim da lei. Pessoalmente não
estou de acordo com esta situação, mas a lei terá
que ser alterada", afirma. Apesar disso, Santos Silva entende
que "os SAS, pela natureza dos serviços que prestam,
têm a necessidade de ter formas de contratar pessoal rapidamente,
sem ter que esperar pela abertura de uma vaga para funcionário
público que demorará um ano a preencher".
Silva Raposo defende apenas que a greve é um direito do
trabalhador.
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