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We love the city
Hefner
por sérgio felizardo
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Eles dizem que
amam a cidade porque ela os deixa deprimidos. Dizem também
que as pessoas feias e gananciosas são tal e qual como
eles. Eles são os Hefner, são ingleses, já
vão no terceiro disco de originais em apenas três
anos (entre 98 e 2000) e seguem a linha de reabilitação
pop de uma certa tradição folk britânica
incentivada nos últimos anos, por exemplo, pelos Belle
& Sebastian.
Se a isto se juntar a clara tendência de "cantautor"
do líder da banda, Darren Hayman chegamos a um dos mais
brilhantes discos do ano saídos de terras de Sua Majestade.
"We love the city" recupera (sem colagens) aquele jeito
arrastado mas acutilante de massacrar a sociedade britânica,
de que foram, em tempos, especialistas, os saudosos Wedding Present.
Ou, por outro lado, de falar das coisas mais banais do dia-a-dia
com uma
inteligência
poética
tal que
as torna em factos importantes, marcantes mesmo. Fragmentos de
três minutos (a fórmula mágica da pop) que
deixam açúcar na boca e colam os refrões
aos sentidos. Aqui cabe sinceridade e romantismo, mas também
não se desdenha o egoísmo
urbano
e o definhar
das relações humanas. |
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