O Tejo irá receber cerca
306 milhões de contos, que durante os próximos
20 anos, serão aplicados na implementação
do Plano de Bacia Hidrográfica (PBH), apresentado pelo
Instituto da Água (INAG) no dia 15, na Covilhã.
O estudo prevê que 11 milhões e 74 mil contos sejam
investidos no Rio Tejo na protecção dos ecossistemas
aquáticos e terrestres associados. A medida pretende mudar
o panorama actual "em que a norma parece ser o não
licenciamento", afirma Marques Ferreira, coordenador nacional
dos PBH.
Fortes carências no tratamento de águas residuais,
falhas no abastecimento de água às populações
são as principais conclusões do estudo do INAG,
encomendado pelo Ministério do Ambiente. Segundo as medidas
e investimentos previstos nos PBH, ainda em fase de conclusão,
estas situações deverão ser superadas até
2006. No total são 950 milhões de contos a aplicar
nos cinco principais Rios internacionais: Minho, Lima, Douro,
Tejo e Guadiana. Na primeira fase, e até 2006, o financiamento
está assegurado por verbas do III QCA, a partir daí
será suportado pelo Orçamento de Estado.
Apesar de o Tejo apresentar um grau de satisfação
de abastecimento das populações na ordem dos 99,3
por cento, para consumo doméstico e industrial, o Instituto
quer, mesmo assim, investir mais de vinte milhões de contos
no sistema de abastecimento de água às populações.
Fernando Peixinho, da Direcção Regional de Ordenamento
e Ambiente do Centro está confiante que até 2005
a questão do abasteceimento de água esteja resolvida.
"O distrito de Castelo Branco não é muito
preocupante neste aspecto. São mais preocupantes aqueles
distritos onde há mais pressão sobre o solo e maior
concentração de indústrias e população."
Praticamente sem assistência, Marques Ferreira, coordenador
nacional dos Planos, criticou no final da sessão a ausência
de quorum. "Deveria, pelo menos, interessar aos autarcas
e outros responsáveis do distrito", afirmou o representante
do INAG.
Consumo será mais
controlado
As principais mudanças
na política relativa ao consumo de água é
o controle da procura, contrário à perspectiva
de garantir a procura até agora utilizada, e a aplicação
de novas regras para o tratamento das águas residuais.
Neste âmbito o INAG vai pôr em prática um
programa para fazer frente às situações
de seca, garantindo pelo menos, nesses anos, um abastecimento
até 80 por cento do consumo previsto.
Várias medidas deverão ser aplicadas na protecção
e controle da poluição, nomeadamente na fiscalização
mais apertada e na aplicação de coimas.
A conservação da natureza, dos meios hídricos
e dos ecossistemas aquáticos e terrestres associados e
classificação de zonas a proteger são algumas
das medidas.
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