António Fidalgo

 

 

 

 


Das presidenciais às autárquicas

Começou o ano de 2001 com a eleição de 14 de Janeiro para Presidente da República, vai terminar com as eleições autárquicas. Se no intervalo houver eleições legislativas, é imprevisível, mas não improvável, dada a autofagia política em que o segundo governo de António Guterres se encontra. Fiquemo-nos então pelas eleições previstas por lei e não por inépcia, ou seja pelas presidencias e autárquicas.

As primeiras já foram e delas pouco rezará a história. Com um vencedor antecipado, o Dr. Jorge Sampaio, o que estava em aberto era apenas a percentagem que o abnegado Ferreira do Amaral viria a obter. Foram 34,5 por cento, o que ficando bastante aquém da votação de Cavaco Silva em 96, acabou por ser bom para um PSD que ainda convalesce dos muitos anos de poder governamental. Mas o que importa agora são as eleições autárquicas, que os interessados e avisados começarão desde já a preparar. Efectivamente daqui em diante não sobra tempo aos presidentes actuais para puxarem lustro à imagem e ainda menos aos candidatos das oposições que têm de se afirmar como contrapartida credível.

Penso que nas duas principais cidades do distrito, Covilhã e Castelo Branco, os presidentes actuais não precisam de se esforçar muito. Também para eles vale o recado do Patriarca de Lisboa dado a Edite Estrela quanto à reeleição de Jorge Sampaio, não precisam de se esforçar muito porque a eleição já está ganha. Mas se isso é verdade - e já não é para os outros municípios da linha do IP2, Belmonte, Fundão e Vilha Velha de Rodão! – não significa isso que não devam Carlos Pinto e Joaquim Mourão aproveitarem este ano para galvanizar as duas cidades a que cabe o papel de locomotiva de desenvolvimento do Interior.

A eleição de ambos em 97, mudando curiosa e inversamente as respectivas câmaras de cor política, foi extremamente positiva para a região. Importa agora que o vigor do primeiro mandato não esmoreça a caminho do segundo e no segundo. Ainda há muitas tarefas conjuntas no Interior que têm de ser resolvidas: IP2, caminho de ferro, electrificação e renovação da linha até à Guarda, TGV, saúde, IC7: Covilhã-Coimbra, IC8: Monfortinho-Castelo Branco-Proença.

Pena é que as cimeiras iniciadas entre os presidentes de câmara de Guarda, Covilhã e Castelo Branco, não tivessem tido continuação. Uma sintonia entre as três cidades é fulcral para o desenvolvimento de todo o Interior.

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