"O barco enfrentou verdadeiras
marés vivas, mas conseguiu chegar, ao fim deste tempo
todo, a bom porto". Foi com estas palavras que Carlos Pinto,
presidente da Câmara da Covilhã, iniciou o seu discurso
na sessão solene que marca o início das comemorações
das bodas de prata da Associação Desportiva da
Estação (ADE).
Para além do autarca e dos presidentes dos órgãos
sociais do clube, estiveram presentes na mesa da Assembleia Joaquim
Matias, responsável pela Comissão Executiva das
Comemorações, Mário Minhós, presidente
da Associação de Futebol de Castelo Branco (AFCB)
e Mário Pissarra, delegado distrital do Instituto Nacional
do Desporto (IND). Uma Assembleia Geral em que se falou das alegrias,
dos objectivos alcançados e das adversidades ultrapassadas.
"O grupo de jovens que, em 6 de Março de 1976, fundou
a ADE no sótão de uma casa do Bairro da Estação,
nunca terá pensado que o clube chegasse onde chegou em
tão pouco tempo", sublinha Diamantino Costa, presidente
da Assembleia Geral.
A cerimónia teve início pelas 16 horas de sábado,
6, na sede da associação. Os últimos elementos
de quatro grupos de estafetas oriundos de várias localidades
do concelho chegaram ao largo da Estação de facho
olímpico em punho e incendiaram a pira. Seguiu-se uma
largada simbólica de pombos, fogo de artifício
e o hastear das bandeiras nos mastros da sede, ao som do Hino
Nacional tocado pela Filarmónica Carvalhense. Estava dado
o "pontapé de saída" nas comemorações
dos 25 anos daquele que é, assumem os responsáveis,
"o segundo maior clube do concelho".
Calendário festivo
até final do ano
O programa das festividades é arrojado. Vai estender-se
ao longo do ano com actividades desportivas e culturais todos
os meses. "O trabalho de organização do calendário
demorou algum tempo a realizar, mas o resultado é compensador",
refere Joaquim Matias.
O responsável pela agenda e realização dos
eventos adianta que algumas das actividades previstas estão
ainda em fase de negociação, mas, em princípio,
"todas são realizáveis". De qualquer
modo o calendário não está fechado. A exemplo,
a ADE está a tentar junto da Federação Portuguesa
de Futebol, trazer à Covilhã um jogo de selecções
internacionais Sub- 20, ainda em Janeiro. Para além da
inauguração do Complexo Desportivo da Colectividade,
agendada para Outubro, Matias destaca no calendário comemorativo
o colóquio sobre formação no futebol. Uma
conferência que tem as presenças confirmadas de
Gilberto Madaíl, António Oliveira e Jorge Coroado.
Outro dos eventos de maior importância apontados é
a Missa Campal a realizar no dia 10 de Junho no recinto do Complexo
Desportivo. Uma cerimónia para a qual a colectividade
convidou D. António dos Santos, bispo da Guarda e D. José
Garcia, ex-bispo de Porto Amélia, natural da Aldeia do
Souto.
Empenho dos sócios
produz êxitos
Para além de marcar o início das comemorações
das bodas de prata do clube, a Assembleia Geral serviu principalmente
para recordar, pela boca dos responsáveis, os últimos
25 anos da ADE.
Em apenas um quarto de século, o grémio da Estação
passou de um clube de bairro a uma referência do associativismo
regional. Uma considerável fatia dos quase 400 jovens
que integram as fileiras do clube nas mais diversas modalidades
e escalões vêm, não só do concelho
da Covilhã, mas de toda uma área que vai da Guarda
ao Fundão e Penamacor. Actualmente com nove equipas de
futebol, das "escolinhas" aos Seniores, a ADE tem sido
um fornecedor assíduo das selecções da AFCB.
Este ano o grupo decidiu alargar o leque de actividades desportivas
com a introdução do andebol e obteve já
seu o primeiro título. Os Infantis ganharam o Campeonato
Distrital, após quatro vitórias consecutivas sobre
a Desportiva Albicastrense.
Para que esta estrutura funcione e se mantenha, adianta Vítor
Rebordão, presidente da colectividade, "é
necessário muito empenho por parte dos responsáveis".
Por isso, reforça, "o bom funcionamento do clube
e o segredo do seu sucesso, não está apenas na
gestão da direcção, mas no trabalho empenhado
não só dos jogadores e técnicos, mas também
dos roupeiros, condutores e sócios. Pessoas que, todos
os domingos, se predispõe a transportar um ou outro miúdo
para que não falte ao jogo da sua equipa". E conclui:
"É este espírito de família que permitiu
ao clube, em apenas 25 anos, alcançar o prestígio
de que hoje desfruta".
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