Na UBI e também na Universidade
do Minho, as únicas instituições de Ensino
Superior que leccionam o curso de Física Aplicada - ramo
Óptica em Portugal, os alunos estão contra a intenção
da UPOOP em fazer formação para os profissionais
da área, principalmente proprietários e empregados
dos estabelecimentos Ópticos. Os futuros licenciados em
Optometria não querem que no futuro, depois de regulamentada
a profissão, venham a ser confundidas as qualificações
de uns e outros. Mais, entendem que a formação
deve ser académica e que, para combater a falta de pessoal
qualificado, a UPOOP deverá fazer força para abrir
mais licenciaturas ou bacharelatos no País, em alternativa
a estas acções.
A UPOOP, no entanto, garante que não há razões
para alarme e que o pretendido é dar formação
profissional àqueles já em exercício da
profissão. Carvalho Rodrigues, membro da Comissão
Científica do Departamento de Física e do Conselho
Científico da UBI, garante que os formandos não
terão no final dos cursos "qualquer tipo de grau
académico" e que se trata apenas de um "up-grading".
A realização destas visa "o prestígio
e a melhoria da Optometria em Portugal" e, defende o Professor,
são necessárias pelo facto de no nosso País
serem ainda muito poucos os licenciados na área. "Caso
houvesse 200 licenciados não se punha a questão
da formação profissional" e pede serenidade
e união de estudantes e profissionais. "A questão
não deve ser tratada de um forma emocional. A intenção
é levar, em conjunto, esta medida até ao fim",
defende Carvalho Rodrigues, também director da Escola
Portuguesa de Óptica Ocular.
Legalização
da profissão
difícil sem classe mais numerosa
Carvalho Rodrigues sublinha
que "é de todo o interesse da UPOOP defender as licenciaturas
da UBI e do Minho" e que não se trata de uma disputa
entre licenciados e restante classe. "A UPOOP esteve na
base da criação destes cursos e, para além
de ter pago o equipamento dos laboratórios, continua a
apoiar financeiramente as pós-graduações",
lembra. "O problema é que o Governo nunca legalizará
uma profissão com tão pouco número de licenciados
em exercício" e por isso defende que ópticos
e optometristas devem estar unidos.
José Ferreira, aluno do 3º ano e presidente do NEFAO
- Núcleo de Estudantes de Física Aplicada- ramo
Óptica, defende a necessidade de dar formação
a estes trabalhadores mas, na sua opinião, esta reciclagem
que a UPOOP vai abrir é "deficitária".
Os estudantes querem ver esclarecidas certas dúvidas.
"Depois da regulamentação estes ópticos
também vão ser optometristas?" E refere "muitos
deles não frequentaram sequer o 12º ano, os técnicos
oculares formam-se em um ano e um contactologista em meio".
José Ferreira sublinha: "A Optometria é uma
licenciatura, e não uma acção de formação".
Os alunos sugerem para colmatar essa falta de preparação
dos que exercem, que se criem mais licenciaturas ou até
mesmo bacharelatos, mas que deêm uma "formação
sólida" e não no sistema que a UPOOP pretende.
"Há dois conceitos muito distintos: a Óptica
e a Optometria", defende José Ferreira. O NEFAO afirma
que o que está em causa é também a defesa
dos interesses do consumidor. "o público tem que
ter garantias da elevada formação da pessoa que
o atende." Para isso defende que se criem regras semelhantes
às das farmácias, onde obrigatoriamente existe
um técnico...
"A nossa ideia não é entrar em guerra com
ninguém. É marcar posição. Se é
o número que querem criem mais licenciaturas", conclui.
Manifesto entregue à
UPOOP
na reunião marcada para 4 de Janeiro
Os dois núcleos de estudantes,
NEFAO e NEOUM-Núcleo de Estudantes de Optometria da Universidade
do Minho, estão a completar a recolha de assinaturas para
enviar à UPOOP. A reunião já tem data marcada,
4 de Janeiro. A iniciativa conjunta das duas universidades tem
o apoio da Associação Profissional de Licenciados
em Optometria, para quem também será enviado o
documento. Outras três cópias serão entregues
ao director do curso, Paulo Fiadeiro, presidente de Departamento,
Rui Manuel Boucho de Oliveira, e ao Reitor Manuel Santos Silva.
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