Sortelha
Lotação esgotada
desde Março

 

 Por Rodolfo P. Silva
NC/Urbi et Orbi

Em Sortelha aposta no reveillon está ganha

Na aldeia de Sortelha, concelho do Sabugal, a capacidade de alojamento não excede as 70 pessoas, nas várias casas de campo, turismo de habitação e rural. Nesta altura, já não é possível arranjar alojamento para a Passagem de Ano e algumas casas estão reservadas desde Março. A situação comprova o sucesso da Aldeia Histórica, enquanto destino turístico, mas que não tem tido correspondência junto das entidades regionais: o Posto de Turismo, criado há cerca de três anos, não funciona porque não há verba para contratar um funcionário.
Ainda que não tenha onde dormir, quem optar por Sortelha para o reveillon vai contar com muito movimento, quer nos bares quer nos restaurantes. Luís Paulo, dono de um bar e de algumas casas de hospedagem, descreve a noite de 31 de Dezembro, na aldeia, como "muito animada". Música ambiente e petiscos da época são ingredientes indispensáveis da festa, que fazem os jovens circular entre os bares da localidade. Quanto a organizar uma festa colectiva é uma hipótese posta de parte,pois, como explica Luís Paulo, "as pessoas não aderem muito". "Estamos numa zona rural e é difícil mudar a mentalidade das pessoas mais antigas, que preferem ficar em casa", acrescenta. Talvez devido à população envelhecida, as tradições da quadra festiva continuam a ser as mesmas de há muitos anos. Na noite da consoada, o tradicioanl "madeiro" é aceso no largo onde os habitantes "assam cabrito e bebem um pouco de vinho". Dentro de casa, o bacalhau sobe à mesa, como no resto do País, com batatas cozidas e couves. À sobremesa são saboredos o arroz doce e as filhózes. Esta tradição de um Natal bem português, perpetuada em Sortelha, é uma das coisas mais procuradas. Luís Paulo considera-a importante, mas destaca, também, "o bom acolhimento que é dado às pessoas. Os turistas entram para uma casa e sentam-se em família".

Posto de Turismo fechado

Soretlaha é das aldeias que apresenta melhores condições de apoio ao turista. Para além de bares, restaurantes e lojas de artesanato em número suficiente, as casas para alugar são licenciadas pala Direcção Geral de Turismo que acompanha a sua construção ou recuperação. No entanto, o facto do Posto de Turismo não funcionar constitui uma deficiência grave na divulgação da localidade. Luís Paulo revela serem "inúmeras as pessoas que, nos seus estabelecimentos, perguntam onde podem conseguir informações sobre a Aldeia, mas esse espaço não existe". Na origem da inactividade da infra-estrutura, "que representou um investimento significativo", parece estar a falta de acordo sobre quem deve pagar o ordenado do funcionário: "Já se fizeram inúmeras reuniões para resolver a situação, mas ninguém quer disponibilizar o dinheiro".
Segundo o comerciante ouvido, a Câmara do sabugal e a Comissão de Coordenação Regional do Centro, terão pago a formação de duas pessoas na Escola Superior de Turismo do Estoril, que agora estão a trabalhar noutro local. Enquanto não se resolve a situação, o espaço é ocupado por um clube de jovens e por um infantário e se os comerciantes quiserem divulgação das suas casas, "têm de a fazer pessoalmente", confessa Luís Paulo.

Clique aqui para regressar à primeira página